Redação SI 10/05/2001 10:10 – O maior prejudicado com o aparecimento do foco de febre aftosa no Rio Grande do Sul — que levou o Ministério da Agricultura a anunciar ontem a decisão de vacinar todo o rebanho gaúcho — deverá ser o setor exportador de carne suína. A opinião é do engenheiro agrônomo Alcides Torres, analista de mercado da Scot Consultoria. “Pelo menos nos próximos dois anos, o país perde a perspectiva de exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos, o maior mercado do mundo. Mas a situação pouco muda para os pecuaristas. Nossa carne não entrava lá e vai continuar não entrando”, diz Torres.
Já os exportadores de carne suína, segundo o analista, são os devem sofrer mais com a nova conjuntura. O setor vivia um ótimo momento com as vendas para a Europa, impulsionadas pela doença da vaca louca e pela epidemia de febre aftosa na região. Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações brasileiras de suínos no primeiro trimestre totalizaram 47 000 toneladas, 123% mais do que em igual período do ano passado. A receita teve um aumento de 125%, atingindo 63,3 milhões de dólares. A previsão era chegar ao final deste ano com a exportação de 180 mil toneladas, gerando um faturamento entre 260 milhões e 270 milhões de dólares. Agora, esses números viraram um grande ponto de interrogação.