O Banco do Brasil (BB) prevê liberar R$ 45,7 bilhões em crédito rural nesta safra 2011/12, que começou “oficialmente” em julho. Do total, R$ 10,5 bilhões deverão ser destinados à agricultura familiar e R$ 35,2 bilhões atenderão aos agricultores empresariais e cooperativas rurais. Se confirmado, o montante total aumentará em 17% na comparação com os desembolsos da instituição no ciclo 2010/11 (R$ 39 bilhões).
Apesar do crescimento, o valor previsto é 17% inferior às estimativas iniciais do próprio Banco do Brasil. Em entrevista ao Valor em abril, o então diretor de Agronegócios do banco, José Carlos Vaz – hoje secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura – projetou que os desembolsos ficariam próximos a R$ 55 bilhões em 2011/12.
A diferença, segundo a assessoria do banco, não se trata de um engessamento. Caso seja necessário, mais recursos poderão ser liberados, segundo garantiu um funcionário da instituição.
A carteira total de investimentos do BB no agronegócio chegou a R$ 80 bilhões em junho deste ano, ante R$ 78 bilhões em março. Em dezembro de 2005, o valor era de apenas R$ 35 bilhões.
O banco criou novas linhas para financiar investimentos na safra 2011/12, dentre eles o plantio de cana. “Estão asseguradas linhas de financiamento para a expansão e renovação de canaviais, com financiamento de até R$ 1 milhão por produtor rural, com prazo de pagamento de cinco anos, incluídos até 18 meses de carência”, diz comunicado do BB. Além dela, também foram disponibilizados R$ 850 milhões para incentivar a Agricultura de Baixo Carbono (ABC).
As cooperativas também ganharam um papel importante nas linhas de crédito do Banco do Brasil em 2010/11. O valor chegou a R$ 3,28 bilhões em operações rurais com as cooperativas do agronegócio, crescimento de 12,4% em relação à safra anterior.
No mesmo comunicado, o Banco do Brasil cumpriu, na safra 2010/11, “papel de principal financiador do crédito agrícola do país”. Foi responsável por 73% dos créditos destinados à agricultura familiar, 77% ao médio produtor rural e 40% aos demais agricultores.
Na safra 2010/11, foram desembolsados R$ 39 bilhões, evolução de 12% em relação à safra 2009/10. Para a agricultura empresarial, foram aplicados R$ 30,2 bilhões e para a agricultura familiar, R$ 8,8 bilhões. O valor total também ficou um pouco abaixo dos R$ 42 bilhões estimados inicialmente pelo banco.
Os recursos desembolsados em operações de custeio e comercialização totalizaram R$ 30,7 bilhões, correspondendo a 79% do total de recursos aplicados no crédito rural. As operações de investimento totalizaram, na temporada 2010/11, R$ 8,3 bilhões, evolução de 14% em relação ao mesmo período da safra anterior.