A produção mundial de carne suína deve cair em 2014 e também nos próximos anos por causa da proliferação do vírus da diarreia epidêmica suína em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos, México, Japão e Coreia do Sul, informou o Rabobank em relatório divulgado nesta quarta-feira (7/5).
A expectativa do banco é de uma queda de 6% a 7% na produção norte-americana de carne suína, e de 9,7% na mexicana. Na Ásia, o impacto da doença ainda não pode ser precisamente quantificado. “O surto da doença continua sendo o principal fator de incerteza para o mercado. Se houver piora nos próximos meses, os preços subirão significativamente”, esclareceu a instituição.
Por ora, a redução da oferta mundial deve ser compensada por estoques excedentes na China, maior consumidor e produtor de carne suína no mundo, o que manterá os preços pressionados. Embora as importações chinesas nos dois primeiros meses de 2014 tenham crescido 11,1% em relação ao mesmo bimestre do ano passado, o banco prevê um arrefecimento das compras no decorrer do ano.
Ainda de acordo com Rabobank, o consumo de carne suína na China deve ficar estável em 2014 e as cotações praticadas no mercado doméstico não devem se recuperar até o fim do terceiro trimestre ou início do quatro trimestre de 2014.
Para o Brasil, a instituição observou que os dois primeiros meses do ano foram marcados por uma fraca demanda interna e redução das exportações por causa da crise política na Ucrânia. Mas os preços domésticos da carne suína começaram a se recuperar em meados de março, atingindo o maior nível para o mês desde 2010, e a indústria está otimista em relação aos próximos meses devido à Copa do Mundo.
O Rabobank alertou, ainda, que a descoberta do vírus da diarreia epidêmica suína na União Europeia (UE) e a consequente proibição das importações pela Rússia pode favorecer o Brasil. Os embarques brasileiros para Rússia aumentaram desde março, quando o governo russo liberou dois frigoríficos no País, observou a instituição. No total, até agora são seis as unidades autorizadas a exportar, ante apenas três em igual período do ano passado.