Como está a suinocultura hoje? Esta é a pergunta que muitos brasileiros e catarinenses estão fazendo neste momento, já que as notícias do mercado indicam reação. E quem pode responder é o produtor. “O que a gente vê é um mercado incerto. Então ninguém pensa em ampliar e crescer, pois tem muita conta atrasada. Hoje, o preço do suíno gira em torno de R$ 2,40 o preço do milho está R$ 35,00 a saca. Antes o preço do suíno era de R$ 1,90 e o preço do milho R$ 25,00. Então não conseguimos ver lucros neste cenário”, afirma o suinocultor Cláudio Rovani.
O mercado da carne suína está em processo de reação, mas ainda lenta e insuficiente para a recuperação. Crise intensa ao longo dos últimos cinco anos que fez muita gente parar no caminho. “Vimos muitos amigos e colegas serem obrigados a desativar as propriedades. É difícil”, descreve. Difícil foi segurar as pontas. “Consegui manter a propriedade porque reduzimos custos, diminuindo o plantel, fazendo novas dívidas nos bancos”, conta Rovani.
A crise da suinocultura, que provocou o fechamento de pelo menos 400 granjas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ainda está presente, pois os insumos ainda estão altos demais, e não há uma política de garantia de preço mínimo, prometida pelo Governo Federal. A reação de mercado é conseqüência da própria crise e do fechamento de centenas de propriedades. Mas os produtores temem que seja passageira, e que tudo voltará a ficar ainda mais difícil. “Eu não indico ninguém a entrar na suinocultura, muito menos a ampliar plantel. Também não indico ninguém a aceitar ofertas de grandes propriedades com milhares de matrizes, pois sabemos que lá na frente, essa pessoa não vai conseguir manter a granja”, finaliza Rovani.
A ACCS mantém a luta pela regulamentação da atividade. “A reação existe, mas ainda precisamos de equilíbrio. O preço dos grãos está alto demais e não compensa a produção. A suinocultura precisa se desenvolver, através da redução de custos, e não devido ao aumento de plantel. O que queremos é qualidade de vida para esses trabalhadores”, completa o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.