Redação (19/09/2008)- A receita cambial com as exportações de carne bovina nos últimos doze meses foi de US$ 5,03 bilhões. Os números foram divulgados ontem pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) , cuja previsão para 2008 é a de que as vendas com carne bovina para o exterior fiquem em torno de US$ 5,1 bilhões. No acumulado de janeiro a agosto de 2008 a receita cambial foi de US$ 3,5 bilhões, o que representa um crescimento de 21% em relação ao mesmo período de 2007. O total de volume embarcado nos oito meses do ano foi de 1,4 milhão de toneladas*, resultado que mostra uma queda de 15,5% em relação aos oito meses de 2007. A Rússia foi o destaque no período. De janeiro a agosto de 2008 os russos compraram US$ 1 bilhão de carne brasileira in natura, um aumento de 95,7% em rela&cc edil;ão ao mesmo período do ano passado.
No mês de agosto, a receita cambial foi de US$ 533 milhões, o que representa um crescimento de 40% em relação ao mesmo mês de 2007. Com relação ao volume embarcado houve uma queda de 7,86% na comparação de agosto de 2008 com o de 2007.
De acordo com o diretor executivo da Abiec, Luiz Carlos de Oliveira, os números de janeiro a agosto 2008 mostram que os preços da carne no exterior continuam em alta. “Somente em agosto, o preço médio foi 51% maior do que o do mesmo mês de 2007”, destacou. Conforme havia previsto o diretor da Abiec, os americanos voltaram a comprar carne industrializada do Brasil a partir de setembro. “Vamos insistir na abertura do mercado americano para a carne in natura” comentou. De acordo com estudos da entidade, a venda de carne in natura para os Estados Unidos ajudará a abertura de outros mercados importantes.
A participação do Brasil no ranking das exportações foi o destaque no Congresso Mundial da Carne ocorrido em Cape Town, África do Sul, na última semana. O Brasil foi representado por uma delegação de 60 pessoas de diferentes entidades públicas e privadas, entre elas a ABIEC, e várias empresas. Nas conclusões dos participantes ficou comprovado que o Brasil é hoje o único país capaz de suprir a crescente demanda mundial de produtos do agronegócio e, em especial, de carne bovina. O peso do Brasil está na sua extensão territorial e disponibilidade de áreas para atividade agropecuária, no seu sistema produtivo competitivo e no elevado desenvolvimento tecnológico da parque industrial frigorífico. “Os participantes do congresso concordaram que o Brasil atingiu maturidade e competência comercial, principalmente porq ue hoje é capaz de atender às exigências de todos os mercados: sanitária, religiosa e comerciais” disse Oliveira.
No ranking dos países importadores de carne in natura no período de janeiro a agosto, além da Rússia, que atingiu o valor de US$ 1 bilhão, a Venezuela, também com crescimento significativo, aparece em segundo lugar, com US$ 233 milhões, que representa um aumento de 178% em relação ao mesmo período de 2007.
Com relação à compra de carne industrializada, apesar da suspensão temporária das importações do produto brasileiro, os Estados Unidos continuam como líderes em receita cambial. As vendas de carne industrializada para o mercado americano de janeiro a agosto de 2008 atingiram US$ 173 milhões em receita cambial. O volume embarcado foi de 81 mil toneladas.
Marketing – A Abiec assinou convênio com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimento – Apex Brasil. O valor do convênio é de R$ 7 milhões e prevê a participação em feiras, realização de workshops, convite a jornalistas estrangeiros para conhecerem a cadeia produtiva da carne no Brasil e visita de compradores. A Abiec vai participar das Feiras de Moscou e Sial Paris, que ocorrem de 23 a 26 de setembro e 19 a 23 de outubro, respectivamente. Em Sial, os estandes da Abiec e seus associados vão ocupar um espaço de mil metros quadrados. O objetivo da entidade na sua nova gestão de marketing é levar aos participantes da feira uma radiografia da cadeia produtiva da carne com ênfase para a sustentabilidade. “Vamos mostrar ao mundo que o Brasil exporta carne procedente de gado criado dentro das regras sócio-ambientais”, destacou Luiz Carlos de Oliveira ” Site: www.abiec.com.br