Boa safra agrícola, foco no mercado doméstico e ampliação da área de atuação ajudaram a Cocamar, cooperativa de Maringá (PR), a bater recorde de crescimento em 2011. O faturamento deu salto de 26% e passou de R$ 1,6 bilhão em 2010 para R$ 2,010 bilhões, com sobras de R$ 35 milhões no exercício. Para 2012 estão previstos R$ 2,230 bilhões, e a meta de chegar a R$ 3 bilhões em 2015 pode ser revisada para cima.
O desempenho da Cocamar foi superior ao registrado por outras cooperativas no Estado. Os balanços ainda não estão fechados, mas a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), estima que o aumento nas receitas foi de 14% em 2011.
O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, diz que o arrendamento de 24 unidades operacionais da Corol, cooperativa que enfrenta dificuldades financeiras, em meados de 2010, ajudou. Sem ela, segundo ele, o crescimento teria sido de cerca de 15%. Com a operação, as atividades foram intensificadas na região de Londrina.
E o executivo garante que há potencial de crescimento. “Recebemos 70% da produção de grãos em nossa área anterior de atuação e, na região da Corol, 20%, porque o cooperativismo lá está desgastado”, explica, acrescentando que há mudanças em andamento. A Cocamar tem 54 unidades e 10,8 mil associados.
Em 2011, a Cocamar registrou recordes de recebimento de produtos, vendas no varejo e negociação de insumos agropecuários. As entregas de soja totalizaram 950 mil toneladas, 4% mais que no ano anterior. As de milho, 510 mil toneladas (alta de 19%), enquanto as de laranja somaram 6,8 milhões de caixas de 40,8 quilos, um salto de 40%.
No varejo, a cooperativa teve receitas de R$ 530 milhões, 47% mais que os R$ 360 milhões obtidos em 2010. Na venda de insumos, o resultado foi de R$ 350 milhões, com aumento de 52%.
O executivo conta que, das sobras do ano, R$ 15 milhões já foram distribuídos aos cooperados. E o plano é investir R$ 30 milhões em 2012, principalmente em estruturas de armazenagem e atendimento de produtores.
Sobre a eventual compra da Corol, que chegou a ser estudada em 2010, Lourenço afirma que depende de acertos com bancos credores da cooperativa. De acordo com ele, as negociações estão paradas. A compra de outra cooperativa, a Cofercatu, foi descartada. Sem citar nomes, ele conta que a Cocamar está dando apoio a “três ou quatro” cooperativas menores, com transações de compra de grãos.
Para Lourenço, a Cocamar “é ruim em exportação”, o que foi positivo em 2011. “O mercado interno é mais trabalhoso, mas remunera melhor”. O executivo ainda aguarda o avanço da safra para saber dos prejuízos decorrentes da seca no Sul do país. “Há lavouras muito boas e outras ruins e aqui falam em perdas de 5% a 7% na comparação com 2011”, conta. Na safra 2008/09, a quebra foi de 35% na região.