As exportações brasileiras do agronegócio confirmaram projeções traçadas desde o quarto trimestre de 2008 e encerraram o ano passado com uma queda de receita de 9,8%, primeiro retrocesso em uma década. Segundo dados da Secex compilados pelo Ministério da Agricultura, os embarques renderam US$ 64,756 bilhões e só não recuaram mais em razão da boa demanda asiática, sobretudo da China, por produtos do Brasil, com destaque para a soja.
Balanço divulgado na sexta-feira mostra que as importações do agronegócio somaram US$ 9,823 bilhões em 2009, 16,9% menos que no ano anterior, e com isso o superávit setorial caiu 9,8%, para US$ 54,933 bilhões. Análise do ministério aponta que a baixa nas exportações, apesar da relativa recuperação de dezembro, “resultou de redução de 9,4% nos preços médios” dos embarques no ano, uma vez que o volume de vendas permaneceu praticamente estável.
Em linha com estimativas das empresas exportadoras, o ministério acredita em recuperação dos embarques e elevação do saldo em 2010. Com o dólar ainda fraco, mas preços das commodities em elevado patamar no mercado internacional, o incremento do valor dos embarques, de acordo com o ministro Reinhold Stephanes, poderá chegar a 5%.
China e soja foram os principais personagens da balança ao longo do ano passado. O gigante asiático é o maior país importador do grão do mundo, e o Brasil é o segundo maior exportador, atrás dos Estados Unidos. A estreita relação bilateral no comércio da commodity foi fundamental para que a Ásia tomasse da União Europeia o primeiro lugar no ranking dos principais destinos das exportações brasileiras em 2009 e para que a soja permanecesse na dianteira entre os itens mais vendidos pelo Brasil ao exterior.