Redação SI 12/04/2005 – Os volumes de carne suína embarcados em março passado recuaram 22% na comparação com o mesmo mês de 2004, para 33.234 toneladas. A receita, porém, subiu 39% sobre igual período do ano passado, atingindo US$ 78,9 milhões, segundo a Abipecs (reúne exportadores de carne suína).
Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, explicou que os embarques caíram porque março de 2004 foi um mês atípico. Naquele mês foram definidas as cotas de importação da Rússia – principal cliente do Brasil – e havia demanda represada do primeiro bimestre de 2004, acrescentou.
E o que permitiu ao país ampliar a receita com as vendas externas em março deste ano foi a decisão russa de voltar a comprar carne suína de outros estados além de Santa Catarina – após embargo por conta de um caso de aftosa em Careiro do Várzea (AM). “Os exportadores passaram a vender mais para a Rússia, e menos para outros mercados mais baratos”, disse. Em março, o preço médio na exportação ficou em US$ 2.375 a tonelada, 78,7% de alta em relação a março de 2004.
No trimestre, o Brasil exportou US$ 226,8 milhões em carne suína, alta de 90% sobre os três primeiros meses de 2004. Os embarques somaram 113.385 mil toneladas, alta de 23% sobre o primeiro trimestre de 2004. A Rússia, principal cliente do Brasil, importou US$ 128,4 milhões no trimestre, 94% mais que em igual período do ano passado. Em volume, foram 64.131 toneladas, alta de 28% no intervalo.
Camargo Neto voltou a se queixar da redução do orçamento da Defesa Agropecuária. No caso de um problema sanitário, argumentou, não só as exportações, mas todo o mercado seria afetado.