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Exportação

Receita fecha com queda de mais de 21% até agosto, mas em real, variação está positiva

Na comparação com as taxas de câmbio, a situação é inversa e o faturamento do exercício 2015 segue trajetória ascendente.

Enquanto a receita das exportações mato-grossenses segue amargando retração anual em relação aos meses pares de 2014, na comparação com as taxas de câmbio, a situação é inversa e o faturamento do exercício 2015 segue trajetória ascendente proporcionando ganho cambial de mais de R$ 5,8 bilhões à pauta local, diferença entre o saldo das vendas do período de janeiro a agosto e das respectivas médias das taxas de câmbios que passaram de R$ 2,26 para R$ 3,51 entre agosto de 2014 e o mesmo mês de 2015.

Como explica o economista da PR Consultoria, Carlos Vitor Timo Ribeiro, o efeito do câmbio nas nossas vendas externas do Estado durante o segundo quadrimestre é muito positivo e mostra um ‘ganhos’, “por conta da apreciação de 55% do dólar frente ao real, no período, que é responsável pelo ‘efeito estatístico’ desse resultado”. Até junho, por exemplo, a apreciação do dólar frente ao real acumulava nesse ano 40%.

 Ele destaca que com o dólar médio de agosto de 2014, em R$ 2,26, as exportações atuais totalizariam R$ 20,28 bilhões, contra R$ 31,50 bilhões com o dólar médio de agosto de 2015, em R$ 3,51. “Daí sai a diferença positiva de R$ 5,82 bilhões que denominamos “ganho cambial”.

Como explica ainda o economista, a queda de 21,6% em dólar no valor total das exportações mato-grossenses no período de janeiro a agosto de 2015, transforma-se em aumento de 21,7% em reais, “ilustrando bem o efeito cambial que transforma a ‘perda’ em dólares em ‘ganho’ em reais, com reflexos positivos para a economia local, que tem nas sua exportações, contribuição expressiva acima de 30% na formação histórica do PIB estadual”.

Ainda sob a ótica da influência da valorização do dólar no mercado interno, a análise da PR Consultoria, de Cuiabá, chama à atenção para as commodities mais beneficiadas na pauta local pela moeda norte-americana. A soja ficou 16,7% mais valorizada em reais na comparação anual, seguida por carnes (17,1%), milho (54,9%), algodão (81,6%) e madeira (59,4%). Todas as culturas, com exceção do algodão e da madeira, tiveram queda em suas cotações em dólar.

 Saldo

 As exportações mato-grossenses foram de US$ 8,97 bilhões, também caindo 21,8% em relação aos US$ 11,48 bilhões do mesmo período do ano passado. As importações caíram 27,5% saindo de US$ 1,24 bilhão em 2014 para US$ 902,35 milhões agora em 2015. “Ainda assim, Mato Grosso no período, registrou um superávit externo de US$ 8,07 bilhões, o 2º maior saldo do país, tendo sido superado apenas por Minas Gerais. No ranking nacional, continuamos ocupando a 6ª posição, contribuindo com 7% do montante total do país, superando Estados com participação bem maior do que a nossa no PIB nacional”, avalia Timo Ribeiro.

 E ele alerta: “Continua havendo fortíssima concentração da pauta com os produtos soja, milho, carnes e algodão, respondendo por 97% do total exportado com liderança absoluta do complexo soja, com 74,7% do total”.