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Recorde e atenção ao câmbio

<p>Valorização do Real frente ao dólar preocupa setor em 2005, que comemora os expressivos resultados com as exportações em 2004.</p>

Redação AI 13/01/2005 O Brasil assumiu no ano passado o posto de maior exportador mundial de carne de frango – superando os Estados Unidos com embarques de 2,4 milhões de toneladas. O País já era o primeiro em receita cambial deste 2003 e manteve a posição em 2004 ao atingir a marca de US$ 2,5 milhões, crescimento de 44,2% em relação ao ano anterior. Os números oficiais foram apresentados ontem (12/01) pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef).

Embora projete para 2005 um crescimento de aproximadamente 10%, a valorização do real frente ao dólar é a principal preocupação do setor no momento e pode atrapalhar os planos traçados. Nos patamares que está hoje, o câmbio afeta a lucratividade das empresas e diminui a capacidade de investimentos, revela Júlio Cardoso, presidente da Abef. Caso continue assim, o apetite por exportar pode ser menor neste ano. A associação estima em R$ 330 milhões as perdas ocorridas nos últimos seis meses por causa da queda do dólar. Em contrapartida os custos não são reduzidos. O ideal seria um câmbio equilibrado e estável se mantendo na faixa de R$ 3, aponta Cardoso.

Destinos Em receita, a Ásia se tornou em 2004 o principal cliente brasileiro, superando o Oriente Médio, tradicional mercado da carne de frango nacional. Os problemas sanitários enfrentados pela Tailândia, por exemplo, acabaram abrindo as portas para o Brasil, que pretende em 2005 aumentar sua participação no continente, no qual já vem mantendo contatos para acessar os mercados chinês, coreano e da Malásia.

O Mercosul deixou de ser um destino da carne brasileira. O País tinha como principal cliente a Argentina, que impôs barreiras antidumping ao frango brasileiro em 2001 resultando numa disputa entre os dois países na OMC (vencido pelo Brasil). Enquanto a decisão final não saía, os argentinos ganharam tempo para reestruturar sua indústria avícola. A Argentina deixou de ser um destino da carne brasileira e hoje tem potencial para se tornar um grande concorrente, comenta Cardoso.

Na Rússia, o embargo à carne brasileira ainda continua (exceção da proveniente de Santa Catarina). O sistema de cotas se manteve com o País ainda classificado na categoria outros, que responde por 68 mil toneladas dividido em diversos países. Em 2004 o País exportou 191,5 mil toneladas. Vários fornecedores enfrentaram problemas sanitários durante o ano e o governo russo permite ao importador a aquisição do produto de outros fornecedores em casos como estes. Isto permitiu que o Brasil embarcasse mais do que estava previsto. Para este ano, a expectativa da Abef é este cenário se mantenha e o Brasil embarque um volume próximo do resultado do ano passado.

Tabelas:

Avicultura Brasileira em 2004

1 Lugar nas exportações mundiais, volume e receita

2 Produto nas exportações do agronegócio

6 Produto na pauta brasileira de exportação

43% das exportações mundiais de carne de frango

48% de participação das exportações do complexo carnes

Fonte: ABEF

Números da Avicultura 20041

Variação sobre 2003

Aves produzidas*

4.042.356.778

8,85%

Mercado interno*

2.715.585.933

Mercado externo*

1.326.770.845

Total produzido**

8.493.854

8,30%

Mercado interno**

6.069.334

2,51%

Mercado externo**

2.424.520

26,14%

Consumo per capita***

33,89

1,65%

Fonte: ABEF

* Unidade; ** Toneladas; *** Estimado considerando a população brasileira em 179,1 milhões; 1. Não estão computadas as exportações de industrializados.