Portofeliz.com.br (14/11/05) – Assim como a Conab já tinha previsto na semana anterior, os números apontam para uma colheita recorde. A repórter Ana Dalla Pria foi conversar a respeito disso com o professor Fernando Homem de Mello da Universidade de São Paulo.
“Tanto a estimativa do IBGE quanto a estimativa da Conab são estimativas muito boas. Se elas se confirmarem, o Brasil vai iniciar sua recuperação agrícola da crise deste ano. Agora vamos colocar que são números extremamente preliminares de intenção de plantio. Foram realizados em outubro, a agricultura ainda está tomando decisões de plantar. Esse é o primeiro ponto. Os números em definitivo aparecerão só em dezembro ou mesmo janeiro e o segundo ponto é que talvez tanto Conab quanto IBGE tenham sido excessivamente otimistas com relação ao comportamento da produtividade. Está certo que o ano passado foi um ano muito ruim em termos de produtividade, principalmente na região Sul. A produtividade deve aumentar em relação ao ano passado, mas a drástica queda no uso de insumos deve levar a uma queda da produtividade em relação aos anos normais. Na safra passada o agricultor plantou com o dólar alto e colheu com o dólar baixo. Nesse ano, ele já está plantando com o dólar baixo, portanto gastando um pouco menos insumo porque tiveram uma redução, o que dá uma vantagem ao agricultor. Então, vamos esperar que, no momento, para colheita e comercialização, o dólar esteja numa posição melhor. O mercado financeiro está estimando uma ligeira desvalorização em relação à taxa corrente US$2,17 e US$2,20. Não é muito, mas é algum alento ao produtor rumo à desvalorização cambial. O mercado está prevendo ao final do ano que vem US$2,50. Tomara que esses US$2,50 se realize no primeiro semestre”, analisa Fernando Homem de Mello, economista da USP.
Essa semana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou uma nova estimativa da safra americana. A produção de soja deve ser 4% menor do que a do ano passado.
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