Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Redução de custos para a lavoura

<p>O preço dos fertilizantes preocupa agricultores de todas as regiões do país.</p>

Redação (14/07/2008)- O Globo Rural mostra que boas práticas de correção do solo ajudam a economizar na hora de adubar a lavoura. Nem todo fertilizante colocado no solo vira nutriente para as plantas.

Em média, as lavouras aproveitam apenas 60% do nitrogênio, 30% do fósforo e 70% do potássio. O restante se perde por vários motivos. Um deles é a erosão. A água da chuva leva embora os nutrientes. Outro fator importante é a perda do fósforo nas terras mais ácidas. O solo nessa condição rouba o nutriente que deveria estar disponível para a planta.

Práticas simples, como plantio direto e manutenção de matas ciliares, ajudam a evitar as perdas. Mas o que resolve mesmo é fazer uma boa correção do solo.

Para melhorar a absorção e evitar prejuízo com a perda de fertilizantes, o agricultor deve aplicar o calcário, como se vê na propriedade.

A fazenda de 700 hectares pertence ao seu Genésio Muller. Na safra passada, ele investiu em sorgo e soja. O sistema na propriedade é o plantio direto, sem manejo da terra de um cultivo para outro. A única preparação é o reforço de calcário: uma tonelada por hectare.

O seu Genésio explica que produto é aplicado por cima da palha, com a ajuda do trator. “O calcário é hoje um dos produtos mais baratos que temos na agricultura. A tonelada custa R$ 27,00 na fábrica. Depois, tem o custo de frete e a aplicação”, contou.

O seu Genésio descobriu que a terra precisava do calcário depois de enviar uma amostra do solo para análise num laboratório. O químico da Embrapa, Djalma Martinhão, explicou porque o calcário aumenta a produtividade.

“O calcário é um corretivo que vai melhorar a camada mais superficial do solo, ou seja, os 20 primeiros centímetros. Ele neutraliza a acidez e o alumínio tóxico. E dá cálcio e magnésio. O principal benefício do calcário é melhorar a eficiência dos fertilizantes. Essa eficiência é ampliada de várias formas. Uma delas é aumentando o crescimento das raízes da planta. Ele dá a possibilidade da planta encontrar o fertilizante que adicionamos no solo. O outro é o próprio calcário melhorando a eficiência de cada um desses produtos dos fertilizantes. Por exemplo, do fósforo, fazendo com que a planta possa ver mais o fósforo, que ele não vá para o solo”, esclareceu Martinhão.

Além do calcário, no cerrado é importante aplicar o gesso. A justificativa, segundo o professor, são os veranicos, períodos de até 30 dias sem chuva em janeiro, quando começam a ser feitos os plantios de inverno.

“O gesso é para melhorar a camada abaixo dos 20 centímetros, entre 20 e 60 centímetros. Ele também é uma fonte de cálcio e de enxofre, outro elemento extremamente importante para as culturas de nossas regiões”, completou Martinhão.

Quem ajuda o seu Genésio na propriedade é o filho, o engenheiro agrônomo Juliano Muller. “Com esses cuidados a produção foi excelente. Colhemos 50 sacas de soja. A gente esperava colher uns 45, já aqui é uma área mais nova. E já estamos aplicando de novo o calcário. No ano que vem esperamos colher mais, pelo menos 55 sacas ou mais”, concluiu.

Com o calcário, seu Genésio consegue aumentar a produtividade da lavoura em até seis sacas por hectare.