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Reinhold Stephanes refuta risco de embargo

<p>''O Brasil cumpre todas as exigências da OIE e da UE e tem o melhor parque industrial de produção de carnes do mundo'', destacou Stephanes.</p>

Redação SI (18/07/07) – “Não existe risco de embargo às exportações brasileiras de carne para a União Européia”, afirmou o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes em coletiva na tarde de ontem (17/07) em Brasília.  “O consumidor europeu pode ficar tranqüilo. Para o ministro da Agricultura, não há provas da existência de missão irlandesa que supostamente teria visitado o Brasil para denunciar irregularidades na produção de carnes. “A opinião dos produtores irlandeses sobre a má qualidade da carne brasileira não coincide nem com a do próprio ministério da Agricultura daquele país, tampouco com as autoridades sanitárias da União Européia”, explicou. “As questões em jogo são comerciais e políticas, não sanitárias”.

Segundo Stephanes, a próxima visita de rotina da União Européia ao Brasil deve ocorrer no final deste ano. “Sabemos o que os europeus esperam de nós e temos capacidade de cumprir todas essas exigências”, acrescentou. O ministro disse ainda que essas exigências incluem cinco pontos: fortalecimento da estrutura de combate a doenças animais; atualização da legislação de combate à febre aftosa; reformulação dos Certificados Sanitários Internacionais (CSI), melhoria na análises laboratoriais brasileiras e o melhor controle de movimentação do gado entre áreas livres e não-livres de aftosa.

Sisbov – A implantação do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e de Bubalinos (SISBOV) é uma das medidas que contemplam as exigências do mercado europeu. Reformulado no início deste ano, o sistema monitora todo manejo da cadeia produtiva da carne. Hoje, há 5 milhões de cabeças de gado cadastradas e a previsão é de que, até o fim de 2007, esse número chegue a 50 milhões, além de 50 mil propriedades cadastradas.

“O Sisbov entrará em vigor plenamente a partir de 1º de janeiro de 2008, quando o antigo e o novo sistema serão integrados”, explicou o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Márcio Portocarrero. O novo Sisbov, criado pela Instrução Normativa nº 17, de julho deste ano, sucedeu a antiga versão do sistema, de 2002, e unifica todas as exigências anteriores relativas a rastreabilidade de animais, além de certificar não apenas os animais, mas todas a propriedades. “A partir de janeiro de 2008, não poderão conviver numa mesma propriedade animais de zonas livres e não-livres de aftosa”, esclarece.

De acordo com Portocarrero, é possível que dentro de um ano a administração do banco de dados do Sisbov passe para as mãos da iniciativa privada, como foi feito com o sistema de Produção Integrada de Frutas (PIF). “Os sistemas deverão funcionar em paralelo até que tenhamos certeza de que está funcionando de forma segura”, explicou.

As carnes exportadas para a União Européia devem levar a nova versão do Certificado Sanitário Internacional (CSI) a partir de agosto. O novo documento, fabricado pela Casa da Moeda, tem 12 itens de segurança que dificultam a falsificação e já é usado para o mercado russo desde o início deste mês.

O Brasil exportou em 2006 US$ 2,2 bilhões de carnes para a União Européia. Aproximadamente 66% da carne consumida nos países membros do bloco econômico é brasileira.