Redação SI 01/04/2003 – A retomada das exportações de carne suína para a Rússia, anunciada pelo Ministério da Agricultura, deve reanimar a agroindústria catarinense uma vez que Santa Catarina é responsável por mais de 70% das vendas externas do produto.
Entretanto, os produtores do Estado ainda estão apreensivos porque a Rússia implantou um sistema de cotas máximas para a importação de carnes.
Além disso, as grandes empresas brasileiras ainda têm estoques de suínos. A suspensão das vendas à Rússia resultou na perda de US$ 30 milhões mensais, de acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). Em 2002, das 475 mil toneladas de carne suínas exportadas pelo Brasil, 377 mil foram para a Rússia.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Paulo Tramontini, disse que o anúncio da retomada representa apenas “uma luz no fim do túnel”, que somente a médio e longo prazos pode se reverter em boa notícia para os produtores. “Ainda precisamos de melhor remuneração”, destacou. Segundo Tramontini, as agroindústrias ainda têm muitos estoques devido ao embargo nas exportações no final do ano passado.
“Tudo vai depender das negociações, porque a Rússia estipulou cotas de importação para suínos, bovinos e aves. Se conseguirmos uma boa cota, talvez seja retomado o ritmo de venda de 2002”, afirmou. Tramontini ressaltou que os EUA fizeram um lobby muito forte na Rússia para vender seus produtos.
“Mas como a posição do governo russo é semelhante a do brasileiro com relação à guerra e à postura dos EUA, talvez o Brasil consiga negociar cotas maiores”.
A produção do Estado no ano passado foi de 700 mil toneladas, sendo que 350 mil foram exportadas. Este ano, a expectativa é repetir os números ou ter, no máximo, um crescimento de 3%. “Dependendo das negociações das cotas, podemos exportar até mais do que no ano passado”.
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Amauri Dimarzio, anunciou ainda na semana passada que a vigência da liberação começa hoje (1).