Adaptadas à realidade local, práticas brasileiras em agricultura podem ajudar a combater a fome mundial, de acordo com o ministério britânico para o desenvolvimento internacional (Dfid, na sigla em inglês), que fez parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) para ações conjuntas no exterior. “Juntos, lutamos contra a pobreza global, principalmente na África. Acreditamos que o Brasil tem muitas boas práticas para compartilhar”, diz Daniel Bradley, do Dfid.
O Dfid coopera com a Embrapa em duas plataformas de inovação agropecuária, voltadas à África, à América Latina e ao Caribe. “É uma parceria Sul-Sul, ou seja, o Brasil ajuda no desenvolvimento de outras nações do hemisfério, ao estabelecer projetos colaborativos de pesquisa entre centros da Embrapa e instituições desses países”, explicou o pesquisador Paulo Duarte, da Secretaria de Relações Internacionais da empresa pública brasileira.
Segundo ele, a agricultura é muito importante para todas as economias apoiadas pelo Brasil. “Além disso, nós temos muitas semelhanças, não só culturais, mas de ecossistemas, como o cerrado e as savanas”, apontou Paulo. “O que a gente faz aqui pode servir, com certas adaptações, para desenvolver a agricultura lá.
África – O PMA se relaciona com o Dfid por meio do Centro de Excelência contra a Fome, parceria do governo brasileiro com a agência humanitária. Segundo a consultora Nadia Tavares Goodman, do PMA, como o Brasil tem alcançado resultados na luta contra a pobreza, existe um interesse de outros países em conhecer melhor a experiência.
O Dfid apoia o PMA, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) e o governo brasileiro na execução do projeto na África, com atuação em cinco países – Etiópia, Malauí, Moçambique, Níger e Senegal – interessados em formular suas próprias políticas de compras de alimentos, via agricultura familiar.