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Resultado da reunião

<p>Encontro com vice-Ministro russo não decide questão do embargo.</p>

Redação SI (24/05/06)- Estou cautelosamente otimista. Essa foi a expressão usada pelo Secretário de Estado da Agricultura, Felipe Luz, para descrever sua expectativa após a reunião com o vice-ministro russo da agricultura, Sergey Mitin. Eles conversaram em Moscou nesta quarta-feira (24). Mitin encaminhou o assunto do embargo à carne suína catarinense para os departamentos de relações internacionais e de cooperação técnica do Ministério russo.

Embora não tenhamos saído com uma promessa de liberação imediata do embargo, o assunto foi tratado e a receptividade foi melhor do que esperávamos, disse o Secretário. Ele acredita que o embargo possa ser suspenso em um prazo relativamente curto, mas garante que os volumes comprados pela Rússia não serão mais os mesmos. Será muito difícil que eles voltem a comprar tanto quanto em 2005, quando vendemos 400 mil toneladas, disse. A cota prevista para esse ano não deve passar de 100 mil toneladas.

Solução imediata não existe. Até porque não se trata apenas de uma questão meramente sanitária, disse.

Em conversas preliminares com produtores russos, o Secretário apurou que, além da questão sanitária, o embargo russo tem razões econômicas. A Rússia pretende proteger a produção local, que hoje encontra preços rentáveis. A atitude mercadológica das empresas brasileiras gerou uma competição predatória que causou prejuízos aos produtores russos. O comércio internacional é uma via de duas mãos. O Brasil deverá aprender com a crise, procurando abrir novos mercados, como a União Européia e o Japão. É um longo caminho, mas é a única solução. Há também o fato de a balança comercial Brasil-Rússia estar desequilibrada, em favor do Brasil, disse Felipe Luz.

No encontro com o vice-ministro, o Secretário Felipe apresentou uma proposta de cooperação técnica entre os dois países para otimizar a produção de suínos na Rússia. A proposta foi muito bem recebida. Chegaram a nos sugerir um seminário técnico na Rússia, que vamos elaborar juntamente com a Cidasc, Epagri e setor privado, possivelmente para o segundo semestre, disse. Para concluir, Felipe Luz disse que o Governo de Santa Catarina está fazendo a sua parte, mas já compreendeu que será preciso ter mais cautela na produção e investir mais em mercados alternativos.

 

Sobre o Acordo de Cooperação técnica

A partir de sua assinatura, o acordo será válido por dois anos.

O Acordo de Cooperação Técnica vale para o intercâmbio de tecnologias na área de suinocultura e avicultura – em especial nos campos de sanidade animal, genética, alimentação animal, tecnologia de agroindústria. Estão previstas ainda viagens de estudos, missões e visitas técnicas para viabilizar a transferência de tecnologia e a execução das ações, assessoramento conjunto na organização de sistemas de produção, integração e organização das cadeias produtivas de suínos e aves; intercâmbio mútuo de dados e informações estatísticas.

O acordo não prejudica as futuras exportações do Estado para aquele país, pois são muitas as limitações além do clima, a Rússia não produz milho para as rações, por exemplo. De acordo com o Secretário, a Rússia quer, por razões estratégicas, diminuir a dependência na área de carnes e não quer permanecer importando mais de um milhão de toneladas de nossa carne. Por outro lado, Santa Catarina não pode deixar de exportar, o que significa prejuízos não só para as agroindústrias, mas para toda a cadeia produtiva.

A cooperação técnica não implica em ônus ou repasse de recursos financeiros por parte do Estado de Santa Catarina. Os custos das ações a serem desenvolvidas por técnicos brasileiros na Rússia serão custeados por empresas do setor privado brasileiro, interessadas nos resultados do Acordo.

Os custos das ações a serem desenvolvidas por técnicos russos no Brasil serão custeados pelo Ministério da Agricultura da Federação Russa ou empresas do setor privado russo.