Redação (09/08/07) – Comemorada ontem pelo ministro Reinhold Stephanes, a visita agradou aos exportadores de lácteos, mas não chegou a entusiasmar produtores de carne suína, arroz e soja. No próprio governo, havia quem esperasse voltar com acordos concretos e imediatos "no bolso" para lácteos e frangos.
Classificado como um "mercado difícil" em razão do lobby protecionista de industriais e produtores locais, o México importa US$ 18 bilhões em produtos agropecuários. Mas resiste em abrir espaço aos produtos do Brasil, mais baratos e competitivos. As negociações sobre sanidade animal e vegetal, por exemplo, se arrastam desde 1996. Pesam ainda as facilidades do acordo comercial do México com Estados Unidos e Canadá no âmbito do Nafta, o que reduz esse mercado a US$ 6 bilhões aos países excluídos do bloco. Dessa fatia, o Brasil detém apenas US$ 270 milhões, ou 4,5% do total.
Mas é justamente a participação mexicana no Nafta que aguça o apetite de produtores brasileiros. O país pode ser a ponte para EUA e Canadá, sobretudo em questões sanitárias e fitossanitárias, onde poderia influenciar o tratamento dado ao Brasil.
Na área animal, o governo mexicano ainda não reconhece como livres de doenças países ou áreas onde se pratica a vacinação. Mas admite a importação com base em análises de risco, como faz com lácteos. Por isso, os exportadores de suínos reivindicam a habilitação de Santa Catarina, reconhecida livre de aftosa sem vacinação pela OIE desde maio. Mesmo assim, não houve acordo imediato. "E pelo jeito vai demorar até convencer os mexicanos", diz o deputado Odacir Zonta (PP-SC). "Já fizemos apelos a vários países, mas dependemos das missões veterinárias".