Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Insumos

Retaliação dos EUA

Negociação sobre crédito à exportação afetará não apenas o algodão, mas outras commodities como soja, milho, arroz e outros oleaginosos.

Retaliação dos EUA

A negociação que o Brasil e os Estados Unidos farão nos próximos 60 dias sobre mudança no programa americano de garantia de crédito à exportação deverá afetar não apenas o algodão, mas todas as outras commodities altamente subvencionadas por Washington, como soja, milho, arroz e outros oleaginosos.

Na discussão para frear a retaliação contra produtos americanos, os EUA avisaram que não podiam mudar o formato do programa de crédito à exportação, porque isso teria de passar pelo Congresso. Mas que o Executivo pode alterar certos parâmetros. E o que estará na mesa de negociações serão questões como prazos da garantia de crédito, prêmios do seguro e cronograma de desembolso.

Pelos cálculos do Brasil, apresentados em agosto, quando obteve da Organização Mundial do Comércio (OMC) o direito de retaliar os EUA, os subsídios americanos escondidos na forma de garantia de crédito à exportação agrícola aumentaram de US$ 1,3 bilhão em 2006 para US$ 4,6 bilhões em 2009.

Esses valores e a lista das commodities beneficiadas dão uma ideia da oposição que haverá nos EUA, entre democratas, republicanos e todo o lobby agrícola, sobre modificações importantes no crédito à exportação generoso fornecido por Washington a seus agricultores.

Certo mesmo é que o Brasil ontem registrou uma vitória de peso na cena comercial internacional. Poucos acreditavam que Washington acabaria se dobrando a pagar compensação financeira e se comprometer em alterar programa de subsídio, mesmo limitado, diante do comportamento costumeiro dos americanos de ignorar decisões da OMC.

No setor privado havia dúvidas se os EUA aceitariam fazer a compensação financeira de US$ 147 milhões, que foi discutida entre negociadores em Brasília, na quinta-feira. A última compensação que os americanos pagaram, de forma hesitante, foi para a União Europeia, mas de pouco mais de US$ 1 milhão por ano, numa disputa envolvendo uso de música irlandesa em bares nos EUA, e esse montante causou já um rebuliço no Congresso. O resultado agora mostrou que a firmeza nas negociações compensa.