É necessária uma reflexão entre todos aqueles seriamente preocupados com o desenvolvimento sustentável brasileiro e mundial. A população do planeta chegará a nove bilhões de pessoas em 2050. Alimentar essas pessoas com carne, fibras e verduras exigirá o aumento da produção e qualidade agrícola em níveis muito superiores aos que assistimos hoje. Além disso, o aumento de produção enfrentará os desafios de um clima cada vez mais instável e a limitação da expansão das áreas plantadas. Isso tudo leva a crer que a Rio + 20 pode ser um local de discussões e alinhar importantes ações para o crescimento agrícola mundial com sustentabilidade.
Senhores, dois temas de grande importância para futuro da humanidade: Sustentabilidade e Agricultura. A Rio + 20 tende a ser um fórum político, onde debates podem ser explorados, visando dar direção e diretrizes de como chegar a um modelo agrícola cada vez mais eficiente que nos permita matar a fome das pessoas, aumentar a produção e manter o equilíbrio com o meio ambiente. O fato é que, quando focamos na ciência, a ideologia não consegue prosperar, esse é um dos cuidados que nossos organizadores da Rio + 20 devem ter fortemente. Outras atividades como incentivo a formação de grupos de discussão, buscando soluções, a curto, médio e longo prazo, para tornar o mundo mais equilibrado tanto nos campos como nas cidades: tarefa difícil, pois os interesses econômicos são grandes. Porém, meu caro leitor, observa-se alguns posicionamentos na comunicação que nada ajudam o Brasil a prosperar e o mais prejudicial: relacionados a Rio + 20.
Não devemos deixar de prosperar posições desastrosas e infundadas de nossa agricultura que prejudiquem a imagem de nosso país. A ciência deve prevalecer. Há aqueles que questionam o modelo agrícola brasileiro, focado nos grandes produtores, deixando de lado os pequenos, prioriza grande áreas? Será que isso é verdade? Pois bem, não vejo desta forma, todos os produtores brasileiros são valorizados, utilizam tecnologias, estão com sua renda cada vez maior em nossos campos, estão buscando educação, capacitação para gerenciar cada vez melhor seus negócios, suas propriedades. Existem problemas? Claro que sim, temos vários exemplos: logística, falta de informação em algumas regiões, dificuldade de adoção de tecnologia, falta uma política adequada para alguns setores, mas isso não impede que muitos produtores adotem gradativamente tecnologias que auxiliam sua renda, do grande até o pequeno. Agora pergunto: e por que ainda há aqueles que desafiam a capacidade de nossos produtores? Somos o país que mais preserva no mundo! Somos líderes em uso eficiente de insumos, temos uma grande área de plantio direto, tecnologia que seqüestra carbono, e infelizmente às vezes somos taxados de “insustentáveis”.
Por fim, se a ciência dominar a Rio + 20, teremos grandes avanços no campo em busca de um mundo mais sustentável. O Brasil Agro está preparado para ser referência para outros países na produção agrícola. O melhor ainda está por vir. Rumo a Rio + 20, rumo à liderança mundial em produção de alimentos.
Por Jose A. Annes Marinho, Engenheiro Agrônomo, Gerente de Educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal, MBA em Marketing – FGV.