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Ritmo de Agronegócio desacelera

<p>A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia, porém, que houve uma perda do dinamismo no ritmo das vendas ao exterior no setor.</p>

Redação (22/11/05) – As exportações do agronegócio registraram recorde entre janeiro e outubro, com US$ 36,2 bilhões, resultado 9,6% superior aos US$ 33 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia, porém, que houve uma perda do dinamismo no ritmo das vendas ao exterior no setor.

Nos primeiros dez meses de 2004, os US$ 33 bilhões de exportações do agronegócio representaram um crescimento de 29,5% sobre o resultado do mesmo período do ano anterior. 

“Essa trajetória de crescimento deve ser interrompida. Se alcançarmos o mesmo nível no ano que vem, vai ser uma grande conquista”, afirmou o chefe do departamento de assuntos internacionais e de comércio exterior da CNA, Antônio Donizeti Beraldo.

Ele explicou que a perda de fôlego do aumento das exportações do agronegócio está diretamente ligada à má performance do complexo soja (grão, farelo e óleo), carro-chefe da balança comercial agropecuária do País. 

De janeiro a outubro, as vendas de soja ao exterior caíram 12% em comparação com os dez primeiros meses de 2004, passando de US$ 9,29 bilhões para US$ 8,12 bilhões. A estimativa é que as exportações do produto fechem 2005 com US$ 8,8 bilhões, contra US$ 10 bilhões do ano passado. 

A redução foi provocada pela queda dos preços da soja no mercado internacional, que estão aproximadamente 15% inferiores aos da mesma época de 2004. 

PIB 

A CNA divulgou também estudo feito em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) que mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio em 2005 deve ficar em R$ 520,59 bilhões. “É o pior desempenho desde a primeira estimativa realizada em 1995”, afirmou o chefe do departamento econômico da CNA, Getúlio Pernambuco. No ano passado, o PIB do setor foi de R$ 533,98 bilhões.
 
Getúlio citou três fatores para a diminuição: a quebra da safra brasileira (perda de 20 milhões de toneladas de grãos), a supersafra mundial, que reduziu os preços internacionais, e a valorização do real diante do dólar.