Principal exportador de carne de boi e frango para o Irã, o Brasil se submete a rígidas exigências por parte das autoridades religiosas e políticas iranianas. Todo o processo de criação, produção e abate deve ser halal (palavra árabe que significa permitido, autorizado), ou seja, obedecer aos preceitos muçulmanos.
A estimativa é de que apenas de carne de frango tenha sido exportada para muçulmanos, no ano passado, cerca de 1,4 milhão de toneladas. O que, na prática, movimentou US$ 2,5 bilhões em favor do Brasil.
Os muçulmanos só compram a carne que obtém um certificado específico autorizado pelas autoridades religiosas e submetido à sua fiscalização. A etapa seguinte é dispor de um fiscal e veterinários muçulmanos que acompanham a produção e o abate dos animais. Há uma forma própria para matar o boi e a vaca que servirão de alimento aos muçulmanos.
Tanto no caso do boi quanto do frango, o peito do animal deve estar voltado para a direção de Meca – a cidade sagrada dos muçulmanos. Em seguida, no caso do frango, a degola deve ser manual, tendo com alvos as jugulares e as traqueias da ave. Também no caso do boi, o corte deve ser sobre as traqueias e as jugulares.
O objetivo, segundo especialistas, é sangrar o animal, eliminando as toxinas existentes no sangue e outras impurezas. “O resultado é uma carne muito mais tenra, saborosa e de qualidade superior”, afirmou o diretor executivo da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, Mohamed Hussein El Zoghbi, reponsável pela fiscalização dos frigoríficos que exportam carne para as nações muçulmanas.
Da comitiva de 86 empresários, liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que está no Irã, boa parte é formada por representantes dos setores de produção de aves e bois. O objetivo é intensificar o comércio bilateral entre os dois países. De Teerã, a missão segue para Bagdá, no Egito.