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Escândalo na Agricultura

Rossi se explica no Senado

Ministro da Agricultura deve primeiro prestar esclarecimentos na Câmara, diz Jucá. Wagner Rossi rebaterá acusações do irmão do líder do governo no Senado.

Rossi se explica no Senado

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta terça-feira (2) que o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, irá à Câmara e ao Senado para rebater as denúncias apresentadas pelo irmão de Jucá, Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, de que há corrupção na pasta da Agricultura.

Após as declarações, Oscar Jucá Neto foi exonerado na semana passada do cargo de diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para Jucá, apenas o “trabalho” poderá superar o desgaste gerado pelas denúncias. “Meu irmão errou e, ao errar, me expôs. Há um desgaste? É claro que há. É lamentável, mas só tenho que trabalhar a partir de agora para superar isso. Esse assunto se esgota a partir da fala e da apuração que o ministro Wagner Rossi vai fazer sobre as denúncias”, disse Jucá.

A pedido do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), Rossi deve ser convidado a falar na Comissão de Agricultura da Casa nesta quarta (3). Já no Senado, segundo Jucá, o requerimento da oposição que pede a convocação de Rossi deve ser transformado em convite e aprovado na próxima semana, para que Rossi também fale aos senadores na Comissão de Agricultura.

O irmão do líder do governo foi exonerado da Conab após a revista “Veja” publicar que ele teria autorizado um pagamento irregular de R$ 8 milhões a uma empresa de propriedade de um sem-teto, em Brasília. Alegando ter sido vítima de uma armação, Jucazinho disse à revista “Veja” que existiria um esquema de corrupção envolvendo o Ministério da Agricultura e o ministro Wagner Rossi. Segundo Jucazinho, o PMDB, partido do seu irmão e do ministro, teria transformado o ministério em uma “central de negócios”.

Na entrevista à revista, o irmão de Jucá relatou um suposto “acerto” no atraso do pagamento de R$ 14,9 milhões em dívidas à Caramuru Alimentos, empresa de armazenagem de grãos. Segundo ele, o acerto aconteceria porque representantes da Conab queriam aumentar o valor para R$ 20 milhões. Desse total, R$ 5 milhões seriam repassados por fora. Oscar Jucá Neto disse que não autorizou o pagamento.

Depoimentos – A exemplo do que disse nesta segunda o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), garantindo que a base governista apoiaria o convite para que ministros citados em denúncias de corrupção fossem ao Congresso dar explicações, o líder do governo no Senado garantiu que os senadores governistas também apoiarão a realização de audiências.

Jucá disse que os primeiros ministros convidados serão o próprio Rossi e o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence.

“Concordamos que o ministro dos Transportes venha falar sobre a dinâmica da pasta, concordamos que o ministro do Desenvolvimento Agrário também fale no Senado. Acreditamos que a oposição vai tentar explorar qualquer coisa que prejudique o governo, mas os ministros irão fazer a defesa de suas pastas”, disse Jucá.

Requerimentos – Nesta segunda, a oposição protocolou requerimentos para convocar cinco ministros do governo em três comissões do Senado. A oposição quer ouvir o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Todos os cinco ministros têm em comum o fato de suas pastas terem figurado em denúncias de irregularidades publicadas pela imprensa. Tanto na Câmara quanto no Senado, o mesmo grupo de ministros deve ser alvo de requerimentos pedindo a convocação para audiências de esclarecimento de denúncias. Um acordo entre oposição e governo poderá converter os requerimentos de convocação para convite.

O ministro das Cidades tem requerimento de convocação protocolado na Comissão de Fiscalização e Controle do Seando para esclarecer denúncias de suposto loteamento do ministério por integrantes do Partido Progressista.

Na comissão de Infraestrutura do Senado, o líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), pedirá que os colegas aprovem o chamado para que o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, explique no Senado os indícios de irregularidades envolvendo o período em que ele substituiu o ex-ministro Alfredo Nascimento na pasta.
Ainda na Comissão de Infraestrutura, o líder tucano irá pleitear a convocação do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para falar sobre denúncias de corrupção envolvendo servidores da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Já na Comissão de Agricultura do Senado a oposição tentará aprovar a convocação do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, citado em denúncias de suposto esquema de corrupção na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na mesma comissão, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, poderá ser convocado a explicar denúncias envolvendo a venda de propriedades do programa de reforma agrária. A oposição também estuda chamar o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lacerda.

Almoço no Jaburu – O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse ainda que iria se reunir pela primeira vez com a bancada peemedebista nesta terça, no Senado, para falar do episódio envolvendo as acusações de seu irmão ao Ministério da Agricultura e ao próprio PMDB.

Depois dessa conversa no Senado, Jucá confirmou que irá ao Palácio do Jaburu participar de almoço oferecido pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Segundo Jucá, o almoço servirá para “alinhar” o discurso do partido ao tratar da polêmica em torno do Ministério da Agricultura.