2011 começou com um “tombo” para o setor exportador de carne suína do Brasil com o corte de exportação para a Rússia, mas para 2012 os olhos do setor se voltam, prioritariamente, para o mercado chinês. Não que a contenda envolvendo a Rússia, que suspendeu, em janeiro último, seis frigoríficos do Rio Grande do Sul por suposta identificação de resíduos proibidos, esteja esquecida. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, prefere dizer que o país do Norte da Eurásia se transformou numa “caixinha de surpresa”.
“Já não tenho opinião sobre o assunto. Não sei o que está acontecendo. Falam em nova visita deles [da Rússia] aos frigoríficos [de carne suína] em janeiro [de 2012]”. Ele prefere indicar que o tema seja devidamente esclarecido pelo secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Célio Porto.
Se a Rússia não quer, a Abipecs corre atrás de outros mercados consumidores grandes, como o da China, e para isso cobra agilidade do Governo Federal, mais precisamente do Ministério da Agricultura. “Estamos sempre apertando o Ministério da Agricultura para responder com mais rapidez os que os chineses perguntam, estar sempre lá presente para que vejam as nossas respostas e que elas não fiquem esquecidas”.
Na avaliação do ano para o setor, Pedro de Camargo Neto diz que 2011 foi um bom ano, com crescimento da produção, com a venda de tudo e com estoques normais. Mas, observa, poderia ter sido muito melhor se não tivesse tido “essa confusão da Rússia”. A boa notícia mesmo ficou por conta do aquecimento do mercado interno que consumiu bem a carne de porco.
Já no lado da exportação, o setor cresceu muito no mercado de Hong Kong e Ucrânia, “conseguimos quase que substituir metade do que perdemos da Rússia”, explica, acrescentando que em 2012 a Abipecs quer ampliar a entrada na China, ter mais frigoríficos aprovados e entrar no Japão e Coreia, e se consolidar nos mercados dos Estados Unidos e da União Europeia.
Vetor
O presidente da Abipecs, ao mesmo tempo em que diz não se descuidar do mercado interno, observa que a exportação é onde as transformações do setor ocorrem. “É onde crescemos mais rápido e somos obrigados a melhorar a qualidade. A exportação tem esse lado de vetor de modernização e transformação”.