A autoridade sanitária russa (Rosselkhoznadzor) enviou um ofício ao Ministério da Agricultura alertando ter encontrado resíduos de ractopamina, um indutor de crescimento proibido pelos russos, em lotes de carne suína da Brasil Foods e da Seara (do grupo Marfrig) enviadas à Rússia.
Em um comunicado, o vice-chefe do Rosselkhoznadzor, Eugene Nepoklonov, disse que o controle laboratorial das empresas será reforçado e que caso seja feita uma nova detecção, restrições temporárias no fornecimento de produtos serão impostas às duas empresas. A JBS também foi incluída no controle reforçado.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Ênio Marques, disse que o problema está na metodologia usada pelos países. Enquanto a maioria dos governos aceita até 1 parte por bilhão de resíduo, os russos querem apenas 0,1 parte por bilhão.
Existem estudos que comprovam que qualquer valor abaixo de 1 parte por bilhão pode ser um traço de qualquer outra substância. Os russos querem 0,1 parte por bilhão e nós queremos 1 parte por bilhão em sintonia com outros países.
“Vamos tentar harmonizar isso durante reuniões na semana verde em Berlin”, explicou Marques.
O caso aconteceu em conjunto com empresas dos Estados Unidos e Canadá. No caso dos americanos, a empresa John Morell foi considerada reincidente pelos russos na detecção da substância e será proibida de importar durante um limite de tempo.
Já no caso canadense, foi encontrada ractopamina em lotes de carne de porco das empresas Fermans Pork, Maple Leaf foods, Great Lakes Specialty Meats of Canada e Atrahan Transformation.
Todas as quatro empresas entraram em controle reforçado. Duas empresas que já haviam entrado na lista de controle reforçado, Aliments Asta e Quality Meat Packers, terão restrições temporárias sobre o fornecimento aos russos.