Redação (04/12/2007)- A reabertura do mercado russo para a carne bovina e suína produzida em oito estados brasileiros, anunciada no final de novembro, implicará em novas exigências por parte da Rússia para os produtores nacionais. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, explicou que as unidades habilitadas para exportar carne para processamento no exterior terão que atender às mesmas exigências que as unidades habilitadas para exportar carne diretamente para o varejo, que são mais rigorosas. O secretário estava presente no evento da Sadia em Kaliningrado, no último sábado.
Por isso, os produtores que exportam carne para a indústria terão de ser novamente habilitados pelos órgãos de defesa sanitária dos dois países. As unidades que já estavam liberadas para exportar para o varejo antes do embargo, imposto devido aos casos de febre aftosa em 2005, poderão retomar os embarques sem novas inspeções.
A suspensão do embargo russo, válida desde o último dia 1º para a carne suína e bovina produzida em Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Amazonas e sul do Pará, também significa que os produtores brasileiros terão que emitir um certificado sanitário internacional em papel-moeda e enviar a carne diretamente da indústria para os portos, sem passar por territórios não liberados pela Rússia. Também será exigido o uso de embalagens individual com informações sobre a procedência dos produtos.
Novos detalhes serão acertados em um encontro de representantes do governo brasileiro, que se reunirão com os russos por volta do dia 15 de dezembro, segundo o diretor jurídico e de Relações Institucionais da Sadia, Felipe da Luz Sobrinho. Segundo Kroetz, a Rússia deve começar a acompanhar as decisões da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), que é o órgão consultivo da Organização Mundial de Comércio (OMC) para assuntos sanitários.
O mercado russo é o maior importador de carne brasileira. ""A reabertura será muito benéfica para o Brasil, em especial no setor de carne suína, que é mais dependente da Rússia"", disse Kroetz. O embargo foi imposto inicialmente para todo o país e começou a ser flexibilizado no ano passado, quando foram reabertos os embarques do Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo e Mato Grosso. Segundo Luz, a Rússia optou pela abertura para o Brasil devido à redução das exportações chinesas, que foram afetadas pela doença da orelha azul.