A Rússia informou ao governo brasileiro que decidiu atender ao pedido feito pelas autoridades e receber a carga de carne bovina e de frango já embargada para o país. O produto provém de parte dos 37 frigoríficos que tiveram suspensas as vendas para a Rússia no dia 6 de julho. O governo brasileiro havia pedido que o país recebesse essa carga já em trânsito e considerasse a suspensão a partir de 2 de agosto.
Na tarde desta quinta, dia 11, em São Paulo, representantes do primeiro escalão do Ministério da Agricultura e das principais entidades produtoras e exportadoras discutiram os efeitos do embargo russo. O principal mercado da carne suína do país segue restringindo a compra de carne dos Estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, esperado no encontro, não compareceu. Mas enviou o secretario de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, e o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira. Eles garantiram aos executivos do setor que o Brasil já cumpriu todas as exigências e que depende só da Rússia o fim do embargo a frigoríficos brasileiros.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, informou que os últimos documentos exigidos pela Rússia, referentes à sanidade do produto, foram enviados ao país. Com isso, ele diz acreditar que o embargo generalizado aos três Estados seja suspenso tão logo os documentos sejam analisados.
No encontro desta quinta, os representantes do setor produtivo pediram ao governo atenção especial à missão de veterinários japoneses que vem ao Brasil no final deste mês. A visita tem como objetivo avaliar a produção nacional com vistas à abertura do mercado japonês à carne suína do Brasil.
O Japão é o maior importador mundial de carne suína, com 1,2 milhão de toneladas por ano. O Brasil exportou em 2010 para todos os mercados 540 mil toneladas do produto. Segundo Camargo, o potencial brasileiro no mercado japonês é de 400 mil toneladas por ano no longo prazo, ou seja, 30% do mercado japonês.
“Isso seria um ganho muito grande porque reduziria a nossa dependência do mercado russo”, disse Camargo.