As estimativas para a produção de grãos relativas à safra agrícola de 2016 vêm caindo mês após mês e chegam a agosto com uma perspectiva de produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas de 186,1 milhões de toneladas, resultado 11,1% menor do que a safra recorde do ano passado, de 209,4 milhões de toneladas.
Os dados fazem parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto, divulgado hoje (06/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também a estimativa da área a ser colhida, de 57,4 milhões de hectares, representa uma redução de 0,4% diante da área colhida em 2015, que foi de 57,6 milhões de hectares.
Segundo o IBGE, em comparação com a estimativa de julho, a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas (a oitava estimativa deste ano para a produção de algodão herbáceo, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale), também mostrou queda, neste caso de 1,5%, o mesmo acontecendo com a área a ser plantada, que recuou em 226,8 mil hectares.
O arroz, o milho e a soja, somados, continuaram como os produtos de maior destaque totalizando 92,6% da estimativa da produção e respondendo por 87,8% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, no entanto, houve acréscimo de 3% na área colhida da soja e reduções na área do milho (-1,3%) e arroz (-9,8%). No que se refere à produção, a estimativa aponta quedas de 0,8% para a soja, 14,9% para o arroz e de 23,4% para o milho.
Milho
As condições climáticas que prejudicaram a 1ª safra de milho, notadamente déficit hídrico, persistiram durante a 2ª safra e trouxeram consequências negativas para a produção total. A produção estimada foi de 65,5 milhões de toneladas de milho, 3,7% menor que a avaliada em julho. A queda de 2,9% na estimativa do rendimento médio foi o principal fator responsável por essa redução, pois são esperados agora 4.275 kg/ha, contra 4.403 kg/ha avaliados no levantamento anterior.
A 1ª safra de milho registrou nova redução da produção. Espera-se obter 24,6 milhões de toneladas, decréscimo de 2,3% em comparação com julho (-567.570 t). A área colhida também foi reduzida em 2,5% e estimada em 5,1 milhões de hectares. Neste levantamento de agosto são considerados perdidos 234 288 hectares do milho em grão plantado como 1ª safra. O rendimento médio variou positivamente em 0,2%, passou de 4.805 kg/ha para 4 816 kg/ha na avaliação de agosto.
As Unidades da Federação que mais influenciaram a redução da expectativa de produção nesta avaliação da 1ª safra de milho, frente a julho, foram: Bahia, que reduziu em 510.427 toneladas (-28,6%), Paraíba, reduzindo a expectativa de produção em 39.586 toneladas (-63,2%), Ceará, menos 9.626 toneladas (-7,0%), Alagoas menos 7.067 toneladas (23,8%), Goiás menos 4 830 toneladas (0,3%), Rio Grande do Norte menos 1.565 toneladas (24,5%) e Espírito Santo menos 1.170 toneladas (3,1%). A estiagem e altas temperaturas, em diferentes graus de atuação, foram as principais causas da redução da produção destas UF.
As avaliações de agosto para o milho em grão 2ª safra foram menores em 2,0 milhões de toneladas, variação negativa de 4,6% frente às informações de julho. Reavaliação negativa do rendimento médio em 4,6% determinou a menor expectativa de produção, avaliada em 40,9 milhões de toneladas. As longas estiagens enfrentadas por todo o território nacional, notadamente nas áreas de produção dos Cerrados brasileiros, continuaram a ser reavaliadas na presente informação. O rendimento médio foi estimado em 4.005 kg/ha.
Em agosto, as previsões negativas da produção que mais influenciaram este levantamento foram as do Mato Grosso do Sul, variação negativa de 961.167 toneladas (-13,8%); Sergipe declínio de 567.745 toneladas (-70,0%), Paraná, redução de 322.365 toneladas (-2,9%), Goiás menor 76.299 toneladas (-2,0%) e Rondônia, decrescendo 26.140 toneladas (-5,0%).
Nesta avaliação de agosto, os estados do Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul e Goiás, tiveram suas expectativas de rendimento médio reduzidas em 14,3% e 1,3%, respectivamente, ainda em decorrência de falta de chuvas entre os meses de abril e maio, ocasião da formação das espigas, causando declínio na estimativa de produção.