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Safra de soja do Brasil terá 1ª queda anual em 4 anos, diz Conab

O Brasil, maior exportador global de soja, deverá registrar na temporada 2015/16 o primeiro recuo na produção da oleaginosa desde 2011/12, frustrando expectativas iniciais de que o país poderia ter uma colheita recorde acima de 100 milhões de toneladas para o seu principal produto de exportação

Safra de soja do Brasil terá 1ª queda anual em 4 anos, diz Conab

O Brasil, maior exportador global de soja, deverá registrar na temporada 2015/16 o primeiro recuo na produção da oleaginosa desde 2011/12, frustrando expectativas iniciais de que o país poderia ter uma colheita recorde acima de 100 milhões de toneladas para o seu principal produto de exportação.

Com a colheita finalizada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou nesta quinta-feira a produção de soja 2015/16 em 95,6 milhões de toneladas, ante 96,9 milhões de toneladas na projeção de maio, e também abaixo dos 96,2 milhões de toneladas da temporada anterior.

A queda na produção foi estimada apesar de um aumento de 3,4 por cento no plantio ante 2014/15, com o tempo adverso em várias partes do país reduzindo a produtividade média em cerca de 4 por cento na comparação anual, para 2,882 toneladas por hectare.

Segundo a Conab, a soja foi prejudicada por níveis de produtividade aquém do esperado “em função de adversidades climáticas”, com perspectiva de que o Mato Grosso, Estado líder em produção, tenha nesta temporada a menor produtividade desde a temporada 2005/06.

Assim como a produção, a exportação de soja em grão do Brasil não mais será recorde em 15/16, segundo a Conab, ficando em 54,1 milhões de toneladas, cerca de 200 mil toneladas abaixo da safra anterior. Na projeção de maio, estatal havia projetado 55 milhões de toneladas.

A associação da indústria (Abiove) estima divisas de 19,1 bilhões de dólares com a exportação de soja em grão em 2016. Somando óleo e farelo de soja, as vendas externas estão estimadas em mais de 25 bilhões de dólares no ano.

Milho em queda

Já a previsão da safra total de milho 2015/16 foi reduzida para 76,2 milhões de toneladas, ante 79,9 milhões de toneladas em maio, com problemas climáticos como estiagens prolongadas e altas temperaturas atingindo a primeira e a segunda safras do cereal durante o ciclo vegetativo, afirmou a Conab.

A produção de milho terá queda de 10 por cento ante 2014/15, quando a safra total do cereal somou um recorde de 84,67 milhões de toneladas.

A primeira safra do cereal deverá totalizar 26,23 milhões de toneladas, ante 27 milhões na projeção de maio, enquanto a segunda safra foi estimada em 50 milhões de toneladas, ante 52,9 milhões na previsão de maio.

A previsão não leva em conta geadas que estão ocorrendo nesta semana no Paraná, o segundo produtor brasileiro do cereal, que podem reduzir mais a safra.

Perdas da safra no Paraná teriam o potencial de sustentar ainda mais os preços, que atingiram níveis recordes neste ano.

O milho teve queda de produtividade e área na primeira safra, enquanto a segunda safra ganhou área, mas perdeu produtividade “em função do estresse hídrico em abril”.

Já a produção de algodão em pluma deverá somar 1,41 milhão de toneladas em 2015/16, ante 1,44 milhão estimados em maio. Em 2014/15, a safra somou 1,56 milhão de toneladas.

A Conab ainda estimou a safra de trigo 2016 em 5,9 milhões de toneladas, o que representará elevação ante os 5,5 milhões de toneladas na temporada 2015.