Após prejudicar a safra de verão do Paraná no fim de 2008, a estiagem voltou a castigar entre março e abril as lavouras, comprometendo a produção da safrinha de grãos das principais regiões produtoras do Estado. As lavouras de milho e feijão da segunda safra apresentam redução de 600 mil toneladas em relação à expectativa inicial da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado, de acordo com relatório divulgado ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral).
Levando-se em conta a primeira safra e novas quebras de produção nas lavouras de milho e feijão plantadas a partir do início do ano, o Estado deve colher 19% menos sobre o ano passado. As projeções indicavam volume de a 32,2 milhões de toneladas, mas deverá cair para 26,2 milhões de toneladas, ou seja, 6 milhões de toneladas de grãos a menos. “Foram duas surpresas”, disse o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, sobre a seca que atrapalhou os planos de quem plantou soja mais cedo e também atingiu a soja tardia e a safrinha.
Bianchini afirmou que as perdas para a segunda safra de grãos é menor do que o imaginado dias atrás. A expectativa era de que a safrinha de milho apresentasse quebra de 10%. Atualmente, a quebra é de 8%. Se não houver outros imprevistos, o volume será maior que o registrado em 2008. A expectativa do Deral era de colheita de 6,33 milhões de toneladas. Os dados atuais apontam para colheita de 5,78 milhões de toneladas, ante 5,71 milhões de toneladas na safrinha passada. Na primeira safra de milho 2008/09, a quebra de produção foi de 28,5%, e o volume de produção esperado baixou de 8,5 milhões de toneladas para 6,14 milhões de toneladas.
As lavouras de feijão também terão perdas. Na primeira safra, a produção obtida foi 38% inferior à esperada. Em vez de 610 mil toneladas, foram colhidas 375 mil toneladas. Na segunda safra, a quebra foi de 13% – a estimativa inicial era de 441 mil toneladas, mas a produção foi de 385 mil toneladas. A quebra na soja chegou a 22% , atingindo 9,46 milhões de toneladas, ante 12,17 milhões de toneladas esperados. “A expectativa se volta agora para o trigo”, disse Bianchini, que espera aumento de 5% no plantio. Em 2008, 1,15 milhão de hectares foram ocupados com a cultura no Paraná. “Os preços também devem compensar parte da redução da colheita.”