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Rússia

"Sala de situação"

Ministério da Agricultura vai criar uma "sala de situação" para reunir todos os envolvidos nas negociações com a Rússia em relação ao embargo de carnes.

Russian Flag
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Em busca de reduzir “os ruídos” de comunicação interna, o Ministério da Agricultura vai criar uma “sala de situação” para reunir todos os envolvidos nas negociações com a Rússia em relação ao embargo de carnes. A Secretaria de Relações Internacionais (SRI) do Agronegócio é a responsável, dentro do ministério, pelo processo. A Secretaria de Defesa Agropecuária será apenas uma consultora e prestadora de serviços à SRI. As atenções do governo se voltam à missão veterinária de Moscou que virá ao Brasil em novembro ou dezembro para inspecionar os procedimentos nacionais.

Com a visita agendada pelos russos para o fim do ano, a percepção do governo é que a solução só sai até dezembro se o problema for mesmo devido ao ingresso da Rússia na OMC, tese mais aceita dentro do governo. “Como eles vêm no fim do ano, acho que dificilmente isso se resolve até lá, a menos que o motivo seja a negociação para o ingresso na OMC. Aí podemos esperar a remoção do embargo logo, devido às rodadas de negociações que estão acontecendo [em Genebra]”, afirma Mendes Ribeiro.

Está cada vez mais claro, segundo o ministro, que o embargo não é motivado por problemas sanitários. “As coisas estão indo bem agora, mas eu acho que não é sanitária a exigência. Está cada vez mais claro que não é. Acho que eles estão com carne, com o mercado abastecido”, diz Mendes Ribeiro. São três as hipóteses trabalhadas. A primeira, e mais aceita, é que o embargo quer forçar o Brasil a dar aval à entrada da Rússia na OMC.

A segunda envolve questões político comerciais, como pressão de produtores ou importadores locais ou até mesmo de concorrentes nacionais. A última seria de que as restrições são efetivamente sanitárias.

Mendes Ribeiro disse que o fato de o Brasil ter diversificado suas exportações, penalizou menos os prejuízos da indústria nacional. Segundo ele, o país já colocou 43% do total exportado para a Rússia em outros países, principalmente Hong Kong e Ucrânia. Mesmo com o aumento de embarque para outros locais, o assunto Rússia ainda é prioridade, segundo Mendes Ribeiro.

“O fato de ter havido uma substituição nas exportações não vai desestimular o governo na hora de resolver o imbróglio”, afirma Mendes Ribeiro. “É o contrário. Isso nos incentiva a trabalhar ainda mais para retomar o mercado da Rússia”.

Sobre uma eventual ida ao parceiro comercial, Mendes disse que por enquanto nada está previsto. “Perguntei para o ministro de Relações Exteriores e para o vice-presidente, Michel Temer, que está tratando disso e perguntei se precisava ir. Eles disseram que por enquanto não, mas se precisar eu vou. Mas eu acredito que não precise”.