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Salvaguarda russa afeta frango brasileiro

Os exportadores brasileiros de frango se mobilizam para tentar diminuir o impacto negativo da eventual imposição de uma cota de importação para o produto pela Rússia.

Redação AI 06/09/2002 – Os exportadores brasileiros de frango se mobilizam para tentar diminuir o impacto negativo da eventual imposição de uma cota de importação para o produto pela Rússia. Numa medida para salvaguardar a produção avícola local, o governo russo elevou de 25% para 33,3% a tarifa de importação de frango pelo país. Agora, avalia a imposição de uma cota de importação de 875 mil toneladas, que entraria em vigor em janeiro próximo. Hoje, a Rússia importa 1,3 milhão de toneladas de carne de frango anualmente.

Segundo Cláudio Martins, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), a maior taxa de importação já prejudica as vendas brasileiras. A cota agravaria o quadro.

O executivo esteve na Rússia na última semana, onde se reuniu com representantes do governo, numa tentativa de mostrar que a oferta de frango brasileiro não afeta a produção local. Os avicultores russos se sentem prejudicados pela oferta de aves de outros países por isso pressionam pela imposição de cotas.

As decisões do governo russo foram tomadas com base em avaliação das importações de frango entre 1999 e 2001. Nesse período, argumenta Martins, o Brasil respondeu por 6% das vendas para aquele mercado. Enquanto isso, os Estados Unidos, tinham uma participação de 73%. “Os números mostram que não é o Brasil que prejudica a produção local”, argumenta. Além disso, acrescenta, o Brasil é competitivo e não subsidia a produção.

Com a defesa apresentada aos russos, a Abef espera poder negociar uma boa fatia da cota de importação, caso ela entre em vigor. A Rússia se tornou um importante mercado para o Brasil nos últimos anos. Só nos primeiros sete meses deste ano, o país comprou 116 mil toneladas de carne de frango brasileira, o equivalente a US$ 68,3 milhões.

Em outra frente para tentar manter os mercados conquistados pelo frango brasileiro, a Abef vai realizar um workshop com produtores avícolas tailandeses para discutir uma ação conjunta contra a decisão da União Européia de alterar as regras para importação de cortes de frango salgado. A medida elevou a taxa de importação do produto de 15,4% para 70%, prejudicando as vendas dos dois países.

Do workshop, que será realizado em outubro em Bruxelas ou em Londres, deve sair um documento com a posição dos dois países em relação à medida, segundo Martins. O documento pode ser usado como base para uma queixa na Organização Mundial do Comércio. (OMC).

O Brasil exportou, em 2001, para a Europa, 223 mil toneladas de cortes de frango, 80% na categoria salgado. A Tailândia exporta cerca de 80 mil toneladas.