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Santa Catarina e o cooperativismo

Luiz Vicente Suzin, Presidente da OCESC e SESCOOP/SC, aponta que é possível constatar que Santa Catarina tornou-se paradigma nacional de eficiência e de cooperativismo

Santa Catarina e o cooperativismo

Uma data muito emblemática para o setor é o Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado há  99 anos em todos os continentes no primeiro sábado do mês de julho. É um dia para reflexão, para cultuar a doutrina que fundamenta esse importante segmento social e econômico, para discutir os desafios que uma realidade cada vez mais complexa e crítica impõe a toda a sociedade, mas, também, para festejar as vitórias obtidas por todas as categorias que se organizaram sob a égide da cooperação.

As conquistas e os avanços proporcionados pelo cooperativismo são realçados no transcurso do Dia Internacional do Cooperativismo. Essa data permite reconhecer que a cooperativa é a organização humana com a melhor cultura e a maior inclinação para processar, absorver e aprimorar em benefício social as mudanças e as transformações dos novos tempos.

As cooperativas são organizações humanas inspiradas em princípios da conjugação de esforços com objetivos econômicos comuns. Os sete princípios cooperativos, linhas orientadoras através das quais as cooperativas levam os seus valores à prática, expressam com altissonância sua natureza: adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação/formação/informação, intercooperação e interesse pela comunidade.

O cooperativismo está presente, de forma muito intensa e às vezes nem percebida, no cotidiano do catarinense: nos alimentos que ingere todos os dias, no atendimento médico que recebe, nos serviços que usufrui, na energia que consome e na imensa variedade de serviços que tornam sua vida mais segura e confortável.

As 251 cooperativas registradas na OCESC reúnem mais de 3 milhões de associados, demonstrando que grande parcela da população barriga-verde tem alma cooperativista. A expressão econômica testemunha esse sucesso: as cooperativas catarinenses cresceram 23,3% em 2020 (muito mais que a economia brasileira) e obtiveram receita operacional bruta de cerca de 50 bilhões de reais.

É possível, portanto, constatar que Santa Catarina tornou-se paradigma nacional de eficiência e de cooperativismo. É a unidade da Federação brasileira com maior taxa de adesão ao cooperativismo. A vocação para a inovação e o empreendedorismo são as qualidades mais proeminentes do cooperativismo catarinense, ao lado da observância dos princípios universais do cooperativismo. As cooperativas foram pioneiras no desbravamento das regiões, na instalação de centros de produção e na transferência de tecnologia.

A pandemia causada pelo novo coronavírus provocou mudanças e transformações na forma de organização do trabalho, nas estruturas de produção econômica e no próprio tecido social em todos os países. Inevitável, portanto, que atinja as cooperativas brasileiras, essas sociedades humanas relativamente complexas que contribuem para dinamizar a economia e elevar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) das comunidades.

Posto à prova nesse dramático período de pandemia, o cooperativismo catarinense tem tido a habilidade necessária para enfrentar as crises e manter a sustentabilidade dos negócios e a viabilidade dos diversos ecossistemas, clusters e cadeias produtivas. Todos os ramos do cooperativismo inovaram não apenas para sobreviver à crise da pandemia, mas para continuar oferecendo soluções e serviços de qualidade aos milhões de catarinenses. Todos os setores do cooperativismo reagiram aos desafios impostos pela pandemia em ações que reforçam o sétimo princípio do cooperativismo: interesse pela comunidade. Comprova-se assim, mais uma vez, que as cooperativas são, historicamente, parceiras no apoio às políticas públicas de real interesse social e nas demandas comuns das regiões onde atuam.

Em tempos de normalidade ou de pandemia as cooperativas agem e reagem com uma contribuição de trabalho e altruísmo.