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Santa Catarina pode perder espaço para carne suína na Rússia

<p>País busca fornecedor de carne: bloqueio ao Estado pode durar mais 90 dias.</p><p></p>

Redação (11/07/06)- A reabertura do mercado russo para a carne suína catarinense pode estar mais distante do que imaginam os suinocultores e frigoríficos catarinenses. O secretário da Agricultura, Felipe Luz, recebeu da Associação de Importadores Russos a informação de que o embargo pode durar pelo menos mais 90 dias. E as más notícias não param por aí. Os russos estariam interessados em comprar suínos e bovinos em um mesmo Estado, o que deixaria Santa Catarina – que não é produtora de gado – em desvantagem com relação ao restante do país. Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso são os três

Estados apontados para fornecer as carnes aos russos.

Ontem, Felipe Luz se reuniu em Brasília com o secretário de Relações Internacionais no Ministério da Agricultura, Célio Porto, para pedir providências em defesa do agronegócio catarinense.

“O alerta que eu recebi informa que neste momento eles (russos) estão mais interessados na carne bovina. Por isso decidimos aplicar uma “vacina”, aqui em Brasília. Pedimos que a comitiva que viaja para Rússia no dia 17 reforce o aspecto sanitário catarinense e priorize a abertura do mercado”, relatou Felipe Luz.

O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, recebeu as notícias por ofício e manifestou preocupação. O dirigente disse que o veto iniciado em 13 de dezembro já causou um prejuízo próximo dos R$350 milhões em Santa Catarina. “A cotação do suíno vivo despencou para R$1,20. Mas já tem gente vendendo por até R$0,95. A reabertura da Rússia é importante para retirar a pressão sobre o mercado”, disse Souza.

A Rússia não é auto-suficiente em carne suína. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) projeta que aquele país consuma 2,48 milhões de toneladas, dos quais 700 mil precisariam ser importadas.