Considerado um dos cereais mais importantes do mundo e o principal insumo das cadeias produtivas de aves e suínos, o milho alarmou as agroindústrias com escassez e preços altos em 2011. A situação obrigou o setor avícola catarinense a adquirir maiores quantidades na safra e safrinha do milho de outros Estados brasileiros, além de importar o grão para suprir a demanda interna.
Segundo o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Cléver Pirola Ávila, o setor de avicultura do Estado administrou o abastecimento de milho e os custos de produção nas granjas pagando o preço de mercado acrescidos de um custo logístico de importação do insumo do Paraná, centro oeste e de outros países, como o Paraguai. “Estamos importando aproximadamente 3.000.000 toneladas anuais que impactam diretamente em nossos custos. Somente o custo logístico está no patamar de R$ 10,00/saca, o que deixa o Estado menos competitivo”, relata o dirigente.
Além disso, Santa Catarina não possui os benefícios que o Governo Federal oferece a outros Estados que não produzem milho. “Precisamos estar atentos a esta realidade e tomar providências em conjunto (Agroindústrias e Governo), pois neste momento, só temos uma certeza – a migração da agroindústria para Estados detentores da produção de grãos e de incentivos fiscais relevantes”, alerta o presidente da Acav.
Segundo Ávila, a Acav vem trabalhando de forma estreita com o Governo de Santa Catarina. A curto prazo, a intenção é sensibilizar o Governo Estadual para adoção de um Plano Estratégico de Longo Prazo destinado à agroindústria, visando o incentivo para a construção de silos em Santa Catarina. “Queremos manter o milho aqui produzido, além de investir em infraestrutura: ferrovias interligando o centro oeste brasileiro a Santa Catarina e ferrovias que liguem o litoral ao oeste de Santa Catarina”, declara.
Com a finalidade de buscar alternativas para o crescimento da avicultura no futuro, a Acav preparou o Plano Estratégico 2050 e participou de debates com o governador de SC, João Raimundo Colombo. O planejamento também inclui ações público-privadas de infraestrutura: Portos, Rodovias e Ferrovias. São 23 pontos importantes a serem abordados.
Na avaliação de Ávila, o mercado se manterá equilibrado em 2012 entre oferta e procura e com preços estáveis. Será ampliada a automatização da indústria, e a Organização Internacional de Epizotias (OIE) deve aprovar os projetos-pilotos do sistema de compartimentalização da saúde animal. “Em Santa Catarina, evoluiremos com aspectos tecnológicos na rastreabilidade oficial catarinense, mapearemos o DNA da microbiologia existente na cadeia produtiva e promoveremos workshop com o Governo de SC para análise de oportunidades conjuntas com a agroindústria”.