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São Paulo vistoria 101 fazendas para vender carne à UE

<p>As auditorias começaram na semana passada, segundo secretário, e devem se estender até setembro.</p>

Redação (20/08/2008)- São Paulo pretende retomar até o fim do ano as exportações de carne bovina in natura para a União Européia (UE) e o Chile, os dois principais destinos dos embarques paulistas até o fim de 2005, quando o Estado perdeu o status de área livre de aftosa. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) devolveu o status de Estado livre da doença com vacinação em 27 de maio deste ano.

No caso das exportações à UE, 101 fazendas já requisitaram a auditoria que vai verificar se elas se enquadram nos requisitos exigidos para fornecer animais para abte e posterior venda de carne bovina ao bloco, disse ontem o secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio. Elas fazem parte de um universo de 1.050 propriedades certificadas como ERAS (Estabelecimento Rural aprovado pelo Sisbov, o sistema de rastreamento do governo federal).

As auditorias começaram na semana passada, segundo o secretário, e devem se estender até setembro. Em julho, 30 pessoas foram treinadas para trabalhar nas vistorias. Outras 30 devem aumentar o grupo no início do próximo mês.

O acompanhamento técnico para aprovar as exportações para o Chile deverá ocorrer na segunda metade de outubro, quando técnicos chilenos virão ao Brasil para verificar o sistema de defesa agropecuário do país. As vistorias ocorrerão em dois Estados, e a expectativa é que São Paulo seja um deles, segundo Sampaio.

Os chilenos e o Ministério da Agricultura brasileiro entraram em acordo para que as vistorias ocorram em frigoríficos e no sistema de defesa agropecuário de forma simultânea. "Isso vai dar mais agilidade ao processo", disse ele. "Esperamos retomar as exportações para lá até o fim do ano".

Ainda que as vendas para a UE e o Chile, os dois principais compradores da carne paulista até 2005, sejam retomadas, é pouco provável que o volume de embarques repita o desempenho daquela época, acredita Sampaio. "Conquistamos outros mercados desde então. A soma desses dois será importante, mas não terá o mesmo peso daquela época", disse.

Na reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina, realizada ontem na BM&FBovespa, Sampaio disse ainda que o Estado pretende arcar com parte das despesas com as margens de garantia dos contratos de opção de boi gordo negociados na bolsa. Não deverá ser um financiamento, mas uma subvenção aos pecuaristas que passarem a investir no mercado futuro, segundo o secretário.

A Secretaria da Agricultura vai reunir-se na sexta-feira com representantes do Banco do Brasil para tratar do tema. Depois do encontro será definida qual a fatia que será bancada pelo Estado nas operações. "A idéia é que seja 50%. Será uma forma de incentivo para que mais pecuaristas participem do mercado financeiro", disse.