No último dez de janeiro, Pedro de Camargo Neto, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), comemorou a abertura do mercado americano para a aquisição dos produtos brasileiros. A carne suína é importante para os produtores nacionais tanto pelos negócios que poderão desenvolver na América do Norte quanto pelas oportunidades de conquista para novos mercados, sobretudo os asiáticos.
Algumas barreiras precisam ser superadas antes de tudo acontecer. Pedro de Camargo, em entrevista ao programa Revista Brasil, disse que o primeiro obstáculo será a aprovação da “sanidade” pelos estrangeiros.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês) reconheceu a equivalência do serviço brasileiro de inspeção de carne suína e autorizou a habilitação de frigoríficos de Santa Catarina para exportação. Essa autorização pode transformar-se numa espécie de certificado mundial de qualidade. Por meio dele, o Brasil poderá ter acesso a mercados fechados para o produto nacional e que são grandes importadores, como o japonês e o sul-coreano.
Outras exigências também são feitas pelos Estados Unidos, principalmente no que se refere à saúde animal. Segundo Camargo, os norte-americanos têm dificuldade de entender o processo de vacinação contra a febre aftosa feito no Brasil. A vacina é vista por eles como um risco e não como uma segurança. Segundo ele, “quando vacinamos, eles [os norte-americanos] falam que estamos com medo da aftosa, então já não [querem mais] comprar [a carne brasileira]. “Eles [os norte-americanos] só aprovaram a carne de Santa Catarina que não é vacinada.” explicou Camargo.
Apesar das dificuldades, Camargo está otimista. De acordo com ele, a tendência é aumentar a exportação da carne suína brasileira. “O mercado tem muito a crescer. As exportações são pequenas e concentradas em poucos países. Nosso objetivo é exportar para outros países, como o Japão, que é o maior importador mundial, com 1,2 milhão de toneladas”, disse.