Uma delegação da Autoridade Saudita para Alimentação e Medicamentos (SFDA, na sigla em inglês) está no Brasil para visitar laboratórios, fazendas, granjas e frigoríficos de carne de frango e bovina. Em nota divulgada nesta terça-feira (02), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que o objetivo da missão é avaliar a reabertura do mercado saudita para a carne bovina “in natura” e enlatados brasileiros, assim como a ampliação da compra de aves. Os sauditas embargaram a importação da carne bovina brasileira em 2012, mas são os principais importadores de frango do Brasil.
Segundo as informações do Mapa, os técnicos da SFDA irão passar por seis frigoríficos de produção de carne bovina, duas fazendas e um laboratório. Entre as aves, serão seis plantas de produção, um laboratório e uma granja.
De acordo com o gerente de relações governamentais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Tamer Mansour, a delegação da SFDA é chefiada pelo diretor de importações de alimentos e medicamentos, Saleh Al Wassel, e irá se dividir em duas equipes nas inspeções no Brasil. Uma das equipes irá visitar plantas de produção de carne bovina em Mato Grosso e no Pará, além do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) do Recife, em Pernambuco. Esta unidade é especializada em testes de doenças bovinas, especialmente febre aftosa.
A outra equipe irá para o Lanagro de Campinas, no estado de São Paulo, que se dedica ao diagnóstico de doenças aviárias. Também visitarão unidades de produção de carne de frango no Rio Grande do Sul e no Paraná.
Na sexta-feira (12), os técnicos da SFDA e do Ministério da Agricultura irão se reunir em Brasília. De acordo com Mansour, eles deverão discutir o fim do embargo à carne brasileira. “O intuito é alcançar o levantamento do embargo à carne bovina, bem como estabelecer uma parceria no setor aviário. A chance é de retomada nas exportações”, afirmou.
Os sauditas deixaram de importar carne do Brasil no fim de 2012, após o governo brasileiro afirmar que um animal do rebanho do Paraná que morrera em 2010 era portador do agente causador da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “mal da vaca louca”. O animal morreu sem, contudo, desenvolver a doença. Na ocasião, diversos países interromperam a importação de carne bovina e seus derivados do Brasil, mas depois muitos retomaram as compras. A Arábia Saudita manteve o embargo.
Em abril, um grupo da SFDA esteve no Brasil e visitou plantas de produção de carne bovina. Eles estiveram no Lanagro de Minas Gerais, uma fazenda e uma unidade de abate em São Paulo.
As exportações de carne bovina ao país árabe estão suspensas, mas, por outro lado, os sauditas são os principais compradores de carne de frango do Brasil. Em março deste ano, importaram 60,5 mil toneladas, um aumento de 20% sobre o mesmo período de 2014.