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SC aguarda suspensão de embargo

Secretaria de Agricultura prepara relatório com o setor de suínos sobre a contaminação no Estado.

Redação SI 08/01/2003 – A Rússia pode suspender em breve o embargo à importação de carne suína de Santa Catarina imposto devido à ocorrência do vírus Aujeszky no rebanho do Estado.

A doença já estaria controlada e afetaria cerca de 1,5% dos animais. A informação é de Roberto Colin, futuro secretário de Articulação Internacional de Santa Catarina, atual chefe da Divisão da Europa II, que cuida das relações do governo brasileiro com a Europa Central e Oriental. “Desde que surgiu a questão nós temos feito tratativas com os russos para acalmá-los e informá-los de que a doença está sob controle”, disse.

Segundo ele, está prevista para hoje (8), em Moscou, uma reunião da ministra Kátia Jilaberte, que trabalha na embaixada brasileira na capital russa, com autoridades do governo daquele país. “As condições para suspender o embargo existem”, afirma Colin.

De acordo com ele, a viagem da missão brasileira para Moscou com a finalidade de negociar com o governo russo o fim do embargo à importação de carne suína catarinense, prevista para o próximo domingo, só deverá acontecer no dia 20.
Até lá, a expectativa das autoridades brasileiras é de que os russos analisem os documentos sobre o assunto enviados pelo ex-ministro da Agricultura Pratini de Morais.

Se a missão acontecer na data prevista, além de Colin, irão integrá-la o secretário de Agricultura e Política Rural de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, e o chefe do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, João Cavalliero, além de representantes do sistema cooperativo e empresários. O boicote russo gerou o primeiro problema para o novo secretário, Moacir Sopelsa. Até o dia 17, todos os animais contaminados, o que representa um plantel de 13 mil a 30 mil animais, deverão ser abatidos. “Com o sacrifício dos animais doentes eu penso que em fevereiro as exportações de carne suína para a Rússia estarão retomadas”, disse.

O secretário de Agricultura reúne-se hoje (8) em Florianópolis com representantes do segmento para estabelecer um cronograma e um relatório, com os quais tentará convencer os russos de que o problema já está controlado.

A suspensão da importação da carne suína de Santa Catarina foi adotada pelas autoridades na última semana de dezembro, sob a alegação de que o rebanho catarinense tem altos índices de infecção pelo mal de Aujeszky.

O prejuízo estimado pelo setor de suinocultura é de US$ 50 milhões mensais. A Rússia é o maior importador da carne catarinense: em 2002, o país importou cerca de US$ 180 milhões em carne suína do Estado.

Mal de Aujeszky

A doença afeta os sistemas nervoso, respiratório e reprodutivo de suínos, principalmente fêmeas em lactação e gestação e leitões.

Provoca baixo ganho de peso, anorexia, retardamento no crescimento e paralisia dos membros posteriores dos animais.

O vírus se espalha no rebanho pelo contato nasal entre os animais. Provoca dificuldade em respirar e causa febre no animal contaminado.

Provoca a morte dos fetos, aborto e parto prematuro.

Os animais contaminados devem ser abatidos e sua carne pode ser consumida, sem prejuízos à saúde humana.

Santa Catarina já abateu cerca de 35 mil cabeças de suínos, desde que começou o programa de erradicação do vírus Aujesky, no final de 2000. Esse número corresponde a 90% do total de animais infectados.

Apenas 1,5% do plantel de suínos de Santa Catarina foi infectado pelo vírus.

A estimativa é de concluir o programa até março, sendo que o abate termina até o dia 17 de janeiro.

O vírus não afeta o homem e a carne não transmite a doença.

Fonte: Embrapa e Secretaria da Agricultura de Santa Catarina