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SC deixou de vender 120 mil toneladas com embargo

<p>Suspensão das compras de carne pela Rússia completa cinco meses hoje, sem previsão de retomada.</p>

Redação (12/05/06) – Hoje completa cinco meses de embargo russo à carne suína brasileira. De acordo com cálculo do secretário de Agricultura de Santa Catarina, Alfredo Felipe da Luz Sobrinho, o Estado deixou de vender 120 mil toneladas do produto no período.

Como a tonelada de carne suína está em US$ 1,9 mil no mercado internacional, o prejuízo chega a R$ 228 milhões. No ano passado, o Brasil faturou R$ 1,1 bilhão com exportação de carne suína, 64% era para a Rússia. Santa Catarina tinha 45% dessa fatia. Os números da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) mostram que houve uma queda de 41% nas exportações de suínos em abril, comparado com o mesmo período de 2005.

No Brasil, a queda foi de 51%, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína. Agora, as agroindústrias estão com os estoques cheios. Somente a Coopercentral Aurora tem 41 mil toneladas em estoque, de suínos e aves.

– Estamos com o dobro do volume de um período normal – disse o vice-presidente, Mário Lanznaster.

Como o Rio Grande do Sul voltou a exportar no mês passado, a cooperativa ainda consegue abater 500 suínos por dia na unidade gaúcha de Sarandi. Mas o volume de apenas 2,5 mil toneladas por mês poderia ser o triplo, caso Santa Catarina fosse liberada para exportar. O resultado é que as agroindústrias estão sem vender e o produtor catarinense recebe R$ 1,50 por quilo vivo de suíno, contra R$ 1,90 do seu vizinho gaúcho.

Indefinição angustia a categoria em SC

Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Wolmir de Souza, a situação é difícil e há uma indefinição que deixa a categoria angustiada. O abate de suínos em abril caiu 17%. Em março foram abatidos 563 mil animais. Em abril, foram apenas 464 mil. Souza disse que os produtores estudam até fechar o Porto de Itajaí para protestar contra o que consideram falta de empenho dos governos.

O secretário Alfredo Felipe da Luz Sobrinho disse que está de malas prontas para viajar a Rússia, restando apenas a confirmação da data das audiências solicitadas. Enquanto isso, o Estado deve aumentar o número de barreiras sanitárias, chegando a 42 na divisa com o Paraná.