Redação (20/03/2009) – O presidente da Coopercentral (Aurora Alimentos), Mário Lanznaster, estima um enxugamento de 30 mil a 40 mil toneladas/mês de carne suína do mercado catarinense nos próximos 90 dias, com a retomada das importações da Rússia.
O embargo russo a Santa Catarina durou 39 meses, desde a ocorrência de focos de febre aftosa no Paraná, em dezembro de 2005. "Agora estão com pressa. Concederam autonomia para o Ministério da Agricultura auditar 10 plantas para podermos exportar".
A Aurora, que vende à Rússia através da unidade de Sarandi (RS), pretende habilitar três frigoríficos em Santa Catarina. Lanznaster diz que os estoques de suínos nas agroindústrias estão 50% acima do normal. "A decisão chega num momento de sufoco, quando as empresas detêm mais de 50 mil toneladas em estoques".
A Rússia manteve o embargo, mesmo depois de o Estado obter, em 2007, o reconhecimento da Organização Internacional de Epizootias (OIE) de estado livre da doença sem vacinação. Em 2005, o país era o maior comprador da carne suína catarinense, com 250 mil toneladas. As exportações brasileiras totalizaram 400 mil toneladas.
Atualmente, a queda nas exportações é generalizada em função da crise econômica. Em 2008, as vendas para a Rússia somaram 225,79 mil toneladas, num total de US$ 741,52 milhões, queda de 18,99% em volume e 11,08% em valor, ante 2007.
O diretor executivo do Sindicato da Indústria das Carnes, Ricardo de Gouvêa, acrescenta que são boas as possibilidades de abertura de novos mercados. Os Estados Unidos dependem de aprovação comercial e a China tem contatos em evolução.