Depois de um 2009 difícil, com perda da liderança no ranking nacional das exportações de aves e suínos, Santa Catarina enxerga em 2010 o ano da retomada. O que fazer para estruturar essa reação e ampliar mercados estará entre os assuntos em pauta durante a feira nacional da avicultura e suinocultura, a AveSui, que começa nesta terça-feira (11) em Florianópolis.
Alguns obstáculos já começaram a ser superados. Para a suinocultura, a boa notícia é o reconhecimento prévio, pelos Estados Unidos, de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação. A reabertura do mercado russo para a carne suína catarinense é outro indicativo de que o Estado pode voltar ao primeiro posto como maior exportador do produto, como avalia o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza.
“Perdemos competitividade nos últimos dois anos. Santa Catarina é o maior produtor e seria maior exportador se o Brasil não tivesse na Rússia seu maior cliente. Os russos embargaram a carne catarinense nesse período. Mas com a reabertura, devemos retomar o primeiro lugar no pódio”, avalia.
Entre as razões que deixam Souza confiante está a concentração das cinco principais agroindústrias do país no Estado, o que justifica a preocupação com sanidade e exportações. Este ano, Santa Catarina foi habilitada para vender para o Chile, Filipinas e Venezuela. Mas o setor ainda quer Japão, China, Coreia e o mercado europeu, importante como referência frente a outros países.
“Temos grandes mercados, só que não os que pagam melhor. Mas estamos no caminho, cumprindo as exigências. Não tenho dúvidas de que num curto espaço de tempo teremos habilitação, mas depois vai tudo para uma negociação política “, defende.
Na avicultura, Santa Catarina perdeu para o Paraná a liderança tanto na produção quanto na exportação. O presidente da Associação Catarinense de Avicultura, Cléver Ávila, espera que este ano seja “menos pior” do que 2009 para o setor.
Malásia, China e Índia estão na mira dos avicultores e, apesar de não serem mercados de grande volume, ajudam a consolidar o Brasil como maior exportador mundial de frango, na avaliação de Ávila.
O presidente da Acav lembra que há décadas o setor reivindica a construção da ferrovia do frango, que ligaria São Miguel do Oeste à Itajaí. O incentivo na produção de grãos é outra solicitação. Atualmente, a produção de aves é alimentada por grãos do Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Essas duas medidas diminuiriam os custos da cadeia de produção e evitariam a migração da produção para outros estados, segundo Ávila. Ele afirma que um plano para os próximos 50 anos foi entregue ao governador Leonel Pavan, no qual constam essas solicitações, além do foco na manutenção da sanidade animal e melhoria da infraestrutura portuária.