O crescente desinteresse pela produção de milho no Estado só aumenta a dependência de Santa Catarina por grãos vindos de fora. Muitos produtores daqui têm preferido plantar soja. O dólar alto favorece as exportações e aí o que vale é aquela velha regrinha de oferta e procura. Ganha quem pagar mais. E, na maioria das vezes, quem paga a conta é o consumidor final.
O milho e o farelo de soja são os principais ingredientes da ração usada para alimentar frangos e suínos. Santa Catarina consome por ano 6 milhões de toneladas de milho. E este ano só deve produzir 40% desse volume. A saída é buscar os 3,5 milhões de toneladas que faltam no Centro-Oeste do país, na Argentina e no Paraguai. Como tem muita gente atrás do grão, o valor do milho não para de subir. E ainda é preciso somar o custo do frete. Resultado: tem cidades do Oeste em que a saca de milho já está custando R$ 40.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), José Zeferino Pedroso, a situação só vai melhorar no segundo semestre, com a entrada da safrinha. Pedroso destaca ainda que o efeito dominó vai ser inevitável. De acordo com ele, os produtores e as agroindústrias não vão conseguir absorver este aumento nos custos de produção. Isso deve ser repassado aos supermercados e, por consequência, ao consumidor.