Redação (06/10/06)- O avanço do programa federal de subvenção ao prêmio do seguro rural no país e a nova regra que exige que os produtores façam apólice para ter acesso a crédito oficial começa a impulsionar os negócios das seguradoras que atuam no segmento no mercado brasileiro.
É o caso da Seguradora Brasileira Rural (SBR), controlada pela holding UBF Participações – cujos acionistas são as multinacionais Swiss Re (participação de 45%) e Enhance Financial Service (45%), do Radian Group, além da Rio Bravo Securitizadora (10%).
Criada em 2003, a empresa vem se preparando para o aumento da demanda nos últimos anos e deverá fechar 2006 (ano-calendário, não ano-safra) com prêmios da ordem de R$ 15 milhões, de acordo com estimativa – conservadora – de seu presidente, Luiz Roberto Paes Foz. Em 2005, foram R$ 11 milhões.
A projeção está baseada em resultados parciais já computados, e deverá ser superada. Na área agrícola, a companhia obteve R$ 3,2 milhões em prêmios até o início de outubro, e a previsão é chegar a R$ 10 milhões até dezembro. No ano passado, foram R$ 2 milhões.
No segmento animal, que inclui pecuária, foram R$ 2,2 milhões até agosto e a estimativa é fechar 2006 com R$ 3,5 milhões, ante R$ 2,7 milhões em 2005. No mercado de florestas, a projeção da SBR para o acumulado deste ano indica prêmios superiores aos obtidos no ano passado, que somaram R$ 1,1 milhão.
Na divisão de benfeitorias, que envolve os ativos sem passivos de uma propriedade rural, Foz acredita que os prêmios podem alcançar R$ 5,5 milhões, contra R$ 5 milhões no ano passado. E nos negócios com penhor rural a movimentação permanecerá pequena e deverá alcançar cerca de R$ 200 mil.
De acordo com os resultados parciais fornecidos ao Valor pelo executivo, a participação da SBR na área agrícola do segmento de seguro rural está próxima de 25%; na frente animal, está em quase 80%.
Geraldo Mafra, novo diretor comercial da SBR, explica que os crescimentos previstos até o fim do ano levam em conta que a atual safra de grãos (2006/07) está no início. E que já está aprovada pelo governo, para liberação até dezembro próximo, uma verba de R$ 42,6 milhões para as subvenções federais ao prêmio.
Além disso, a SBR e suas concorrentes que atuam no ramo obtiveram ontem (dia 5) R$ 18,3 milhões adicionais, como vinham pedindo (ver ao lado). “Com R$ 60 milhões para a subvenção, os prêmios poderão totalizar R$ 130 milhões no mercado brasileiro de seguro rural este ano”, afirma Mafra, que deixou recentemente o Ministério da Agricultura. Na melhor safra deste ponto-de-vista até agora, a 2001/02 (quando não havia subvenção federal), os prêmios somaram R$ 40 milhões.
O programa federal – há programas estaduais e o mais expressivo é o paulista – prevê subvenção máxima de 60% ao prêmio do seguro, para as coberturas de milho safriha, trigo e feijão. No caso dos principais grãos de verão, o limite é de 50%. Para a maioria das frutas e hortaliças, além de pecuária e florestas, é de 30%.
“Para a safra 2006/07, temos em boas expectativa para os grãos. E vamos continuar apostando em nossa estratégia de aproximação com os produtores, que vem dando resultado”, diz Mafra. A empresa está diluindo riscos nos negócios com milho safrinha ampliando as regiões atendidas, e também está diversificando sua atuação no mercado de frutas, onde uva é seu carro-chefe.