Redação (19/09/06)- Para acertar o entendimento entre os segmentos envolvidos está marcada para a próxima quinta-feira, dia 21, uma reunião entre produtores e Banco do Brasil na sede da superintendência regional, em Cuiabá.
O seguro rural, que está atrelado ao financiamento do custeio da próxima safra (06/07), dará a proteção de 50%, 60% e até 70% do valor da receita e oferece também novas perspectivas ao setor com um incremento no pedido de recursos junto ao Banco do Brasil (BB) que pode chegar a 15% sobre o teto para cada produtor. Escaparam da exigência os agricultores que tomaram o crédito junto ao agente financeiro entre 1 de setembro (quando os recursos para esta safra foram liberados) até o último dia 15.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Normando Corral, o seguro ainda não foi discutido pela categoria, mas pela porcentagem de abrangência que não cobre 100%, o seguro ainda não agrada completamente. Corral compara o seguro agrícola com um seguro de carro. Quem faz um seguro de carro quer que ele cubra total ou parcial?, questiona. Apesar de considerar que o seguro é uma saída para o produtor e um avanço às pautas da categoria, ele destaca que enquanto não for acertada com os produtores a viabilidade desta proteção: será cedo para dizer se é bom ou ruim.
OUTRA OPINIÃO
Segundo O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Rui Prado, o seguro está sendo visto de forma positiva pela entidade. O seguro será uma proteção aos produtores que terão mais oportunidades para viabilizar crédito, aponta. Prado diz que apesar de ainda não terem discutido a abrangência do seguro agrícola, a medida só veio a beneficiar o produtor.
Por enquanto ainda não foram estabelecidas as normas para a prática do seguro, que segundo o superintendente em exercício do BB, Anízio Carossini, já pode ser contratado desde ontem.
A medida está valendo apenas para os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, que poderão fazer o seguro. As taxas de juros para o seguro irão variar de acordo com a produção e riscos de cada município que terão alíquotas entre 1% e 5%, dependendo do risco, que quanto maior, maior será o juro.
FACILIDADE
O produtor que contratar o seguro terá um crédito a mais de cerca de 15% na hora de fazer um financiamento pelo banco que analisará os créditos ativos. No caso da soja que tem teto de R$ 300 mil para cada produtor, quem contratar o seguro terá acesso a um diferencial em crédito de 15%. Isso eleva o teto a R$ 345 mil. O seguro dará mais facilidade e garantias ao produtor que em caso de perda não pagará a conta sozinho, terá 50% do prejuízo pago pelo Governo Federal, destaca o superintendente do BB.
Prazo para análise termina no dia 30
A liberação de recursos para a próxima safra pelo Banco do Brasil (BB) ainda não está concluída, porque ainda depende das análises dos pedidos de renegociação das dívidas vencidas. O banco tem até o dia 30 deste mês para concluir o processo. Segundo o banco, até a última quinta-feira, dia 14, 57% dos agricultores já haviam renegociado com o banco seus débitos. Em 2005 foram liberados cerca de R$ 800 milhões para custeio da safra (05/06).
Segundo o superintendente em exercício do BB, Anízio Carossini, enquanto não encerrar esse período não há como estimar a liberação de recursos para a próxima safra, que no Estado começa ainda nesta semana em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá).
Carossini afirma que o Banco do Brasil tem disponível o valor que os agricultores necessitarem. Nós não temos problema de recursos, vamos liberar o que for necessário, garante. Do valor liberado no ano passado, sobraram cerca de R$ 300 milhões.
Entre os 57% que fizeram a repactuação das dívidas – que chega a R$ 3,2 bilhões -, estão parcelas de custeio, investimento e das Cédulas do Produto Rural (CPR). Estima-se que foram realizadas 26,9 mil operações. A procura está sendo boa e pedimos para aqueles agricultores que não se encaixam no perfil das renegociações que procurem uma agência para que seu caso seja novamente analisado, orienta Carossini. Essa renegociação caso a caso é a análise detalhada e cada particularidade do produtor que será levada em conta.
JUROS
A taxa de juros básica adotada pelo BB é de 8,75%, mas segundo Anízio, dependendo do mix contratado, as taxas podem variar entre 14% e 18% ao ano.