O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem (18/11) que a decisão do governo de taxar em 2% de IOF as aplicações sobre investimentos estrangeiros em bolsas brasileiras teve como objetivo atenuar as oscilações do dólar. Ele lembrou que o dólar vinha numa curva de desvalorização, estando a R$ 1,90 no dia 1º de setembro e atingiu R$ 1,71 no dia 19 de outubro, quando a medida foi anunciada. “Hoje, por coincidência, o dólar continua a R$ 1,71. O objetivo não é manter no mesmo patamar. O governo não trabalha com meta de câmbio, mas a volatilidade se atenuou”, disse o ministro.
Mantega afirmou que, com a medida, o governo conseguiu dar mais estabilidade à cotação da moeda. “Não há meta de câmbio. Repito. Mas contemos a volatilidade maior”, afirmou.
O ministro aproveitou para esclarecer a sua declaração de ontem, durante o 4º Encontro Nacional da Indústria (Enai), sobre a taxa cambial. Ele disse que citou uma pesquisa, realizada pelo Goldman Sachs, que estabelecia um câmbio de equilíbrio para a economia brasileira em R$ 2,60. “Não é minha estimativa. Disse que, se a previsão do Goldman Sachs estivesse correta, o Brasil seria muito competitivo em relação a outros países”, afirmou.
O ministro disse que é muito difícil estabelecer um câmbio de equilíbrio, porque essa taxa mudaria a todo momento de acordo com muitas variáveis, como o acúmulo de reservas e o afluxo de capital estrangeiro. “Não subscrevemos qualquer meta de câmbio”, reforçou o ministro, garantindo que o câmbio no Brasil é flutuante. “O objetivo do governo é atenuar a valorização do câmbio”, completou.