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Economia

Sem protecionismo

Líderes do G20 tem sido bem-sucedidos em controlar pressões protecionistas nos últimos meses, mas ainda precisam ficar vigilantes.

O G20, grupo de países ricos e emergentes, tem sido bem-sucedido em controlar pressões protecionistas nos últimos meses, mas ainda precisa ficar vigilante, disse a Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta segunda-feira.

Alguns países do G20, em contradição com suas promessas feitas nos encontros de Londres e Pittsburgh no último ano, implementaram novas medidas para restringir o comércio, mas seu alcance tem sido limitado e o grupo continua evitando um aumento do protecionismo, disse a entidade em relatório, cuja cópia foi obtida pela Reuters.

O documento pede aos líderes do G20 que reforcem a recupereção da crise, reafirmando seu comprometimento em abrir mercados e tornando real seus pedidos para uma conclusão da rodada de Doha.

“Os números que divulgamos hoje mostram que os governos do G20 têm, em geral, conseguido conter o protecionismo. Está claro que para termos uma recuperação econômica sustentável, temos que manter os mercados abertos”, disse o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, à Reuters.

A maior parte dos países do G20 está conseguindo lidar com o processo político de manter as pressões do protecionismo sob controle, acrescentou o relatório.

Impacto

O relatório estima que as novas medidas de restrições de importação tomadas pelos governos do G20 entre setembro e meados de fevereiro afetaram cerca de 0,7 por cento das importações do grupo, ou 0,4 por cento das importações totais do mundo.

Este resultado é praticamente metade do impacto das medidas de restrições do grupo entre outubro de 2008 e outubro de 2009.

As novas restrições de comércio tendem a ficar concentradas em setores que são altamente protegidos, como o de minerais, indústria têxtil e produtos de metal, acrescentou a OMC.

Estes setores possuem uma grande demanda de mão-de-obra e por isso são particularmente vulneráveis a pressões relacionadas a desemprego, informou o relatório.

Vários países desenvolvidos, liderados pela Argentina e Equador, pediram à OMC para examinar o impacto comercial dos pacotes de estímulos financeiros e socorro à indústrias adotados por países ricos e a China durante a crise.

Tais programas podem atrair uma retaliação, mas em geral ajudaram a evitar uma recessão mais dramática por manter a demanda, disse o relatório.

O crescimento do mercado mundial parece ter retomado força, com uma forte recuperação na região Ásia-Pacífico nos últimos meses, após o volume mundial de negócios cair cerca de 12 por cento em 2009, voltando aos níveis de 2006, acrescentou o documento.