A partir desta semana, toda terça-feira a Suinocultura Industrial traz uma Análise das Bolsas de Suínos de São Paulo e Minas Gerais. O objetivo é, através dos presidentes das Associações dessas praças, APCS e ASEMG, informar sobre as demandas, tendências e desafios do mercado nessas regiões que orientam a formação do preço no País.
São Paulo – Oferta e demanda equilibradas trazem estabilidade para a semana
Nesta segunda-feira (22/03), a Bolsa de Suínos paulista definiu os preços em R$ 66 a R$ 68@, que corresponde a média de R$ 3,52 a R$ 3,63 Kg do suíno vivo. Segundo o presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior “Ferreirinha”, neste semana o mercado está calmo, com a ocorrência de negócios abaixo desses valores, na faixa de R$ 65@, R$3,47 Kg. “Nós estamos praticamente na última semana do mês, Semana Santa, que sempre tem impacto de consumo negativamente”, explica.
Segundo Ferreirinha, o setor está preocupado em relação ao custo de produção. “Se não diminuirmos o criador vai ofertar o animal mais leve, por isso, provavelmente, a oferta do animal continuará acima da média durante os próximos 30 a 40 dias. Depois pode melhorar por tendências dos grãos (milho) recuar. O milho da safrinha deve aumentar a oferta de grãos e isso tende a diminuir os custos. Essa expectativa é para final de abril, começo de maio”, comenta.
Como os preços estão muito baixos comparados com o bovino existe a tendência de reação dos preços, que ainda estão cerca de R$ 13 abaixo do ideal. “Precisaríamos vender a R$ 78@ e a tendência é tentar, mesmo devagar, ir ajustando o preço para ajustar as contas. Quem manda é o mercado, se o consumo esta bom, mas o abate e o consumo estão com os preços achatados”, concluí.
Minas Gerais – Preços se mantém equilibrados em relação a demanda e procura
Em Minas Gerais, a relação entre preços e Semana Santa não é muito diferente da paulista. A semana, devido ao período final da Quaresma, está equilibrada em relação a demanda e procura. Após consulta aos negociadores, a Bolsa de Suínos de Minas Gerais foi acordada com o representante dos frigoríficos, em R$3,50/kg do suíno vivo com validade de 22 a 28 de março de 2016.
Segundo o presidente da Associação dos Suinocultura do Estado de Minas Gerias (ASEMG), Dr. Antônio Ferraz, espera-se que na próxima semana o mercado comece a melhorar. “Mas, a partir de abril o mercado tende a ficar mais acessível. A nossa preocupação está no poder aquisitivo do brasileiro, não só na suinocultura”, diz.
Dr. Ferraz ressalta que, em relação ao custo de produção, os suinocultures mineiros estão trabalhando no vermelho. “Isso já há 70 dias, devido ao custo dos grãos (milho e soja), dólar alto – alguns microelementos são produtos dolarizados. Hoje nosso custo é R$ 4 e estamos vendendo a R$ 3,50”, explica o representante que acredita no reequilíbrio do mercado a partir de maio, “geralmente esse mês é bom para a suinocultura. Não podemos perder o otimismo”, finaliza.