O Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário, que mede o faturamento “dentro da porteira” de 20 produtos agrícolas e cinco pecuários, deve ter queda de 1,26% em 2016 em relação ao ano passado, chegando a R$ 541,15 bilhões, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O resultado é reflexo da queda de 10,3% do último levantamento da safra de grãos e fibras, afetada pela estiagem ou excesso de chuvas.
A agricultura terá receita de R$ 339,3 bilhões, 2% a menos do que em 2015. Além das questões climáticas, o recuo dos preços da soja, que responde por 23,5% do VBP total, é um dos fatores que puxarão para baixo o faturamento do setor. O valor bruto da produção da oleaginosa está projetado em R$ 126,9 bilhões, 2,1% abaixo do resultado de 2015. O segmento de cana-de-açúcar terá queda de 7,2% no faturamento, passando de R$ 56,1 bilhões para R$ 52,1 bilhões.
Apesar da queda de produção estimada para o milho e o algodão, também por conta do clima e do déficit hídrico, as duas culturas terão alta de faturamento em razão da alta dos preços. Para o cereal, espera-se um VBP de R$ 50,8 bilhões, elevação de 11,2% na comparação com 2015, reflexo da valorização de 40,6% na cotação. Já a fibra terá elevação de 21,4% na receita, somando R$ 4,1 bilhões em 2016, por conta dos preços 47,2% superiores aos do ano passado.
A pecuária terá a mesma receita de 2015: R$ 201,7 bilhões. O desempenho da carne bovina deve ficar estável em relação ao ano passado (-0,1%), atingindo R$ 101,8 bilhões. Este segmento responde por 18,8% do VBP. A criação de frango terá alta de 1,7% no faturamento, enquanto o VBP dos ovos crescerá 4,6%. Nos dois casos, o aumento da oferta compensou a queda dos preços. Suínos e leite terão recuo em suas receitas, de 4,2% e 1,2%, respectivamente.