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Setor avícola defende criação de linhas de crédito para manter exportação nos níveis atuais

<p>Empresas estão tendo dificuldades para alavancar suas vendas internacionais com a falta de recursos dos operadores financeiros mundiais.</p>

Redação (19/11/2008)-  O setor avícola brasileiro defende uma política governamental voltada a financiar as exportações do setor com o objetivo de blindar o segmento contra prejuízos resultantes da crise financeira internacional. Hoje, as indústrias exportadoras estão com dificuldades em obter linhas de crédito voltadas à exportação, o que se constituía no principal alicerce para manter o crescimento no ritmo das vendas internacionais do segmento. Essa situação é agravada pela falta de uma política oficial para financiar as vendas para o mercado externo.

Para tentar minimizar os impactos da crise econômica internacional na atividade, o setor anunciou uma redução de até 15% na produção de frango de corte, o objetivo é equilibrar oferta e demanda. Segundo dados da União Brasileira de Avicultura (UBA), o Brasil atingiu em 2008 o maior número de alojamento de frango de toda a história, atingindo a marca de 488 milhões de cabeças alojadas. Com isso, a estimativa é chegar em 2009 com uma capacidade de produção de carne de frango 15% maior que neste ano e 25% maior que em 2007, desempenho capaz de ofertar, em média, perto de 1,1 milhão de toneladas mensais de carne de frango, contra 920 mil toneladas mensais em 2008.

Essa redução na produção, considerada uma medida preventiva para o setor, certamente trará reflexos na economia do Brasil e do Paraná, principal produtor nacional de frango de corte. A avicultura hoje responde por mais de 500 mil empregos diretos e indiretos no estado, abrigando no sistema integrado de produção mais de 10 mil famílias paranaenses, movimentando 1.199.341.358 dólares com as exportações no acumulado janeiro-outubro apenas no Paraná, com o frango de corte sendo o quarto item na pauta de exportações do Brasil. “A carne de frango é item importante na pauta de exportação e sem linhas de crédito fica difícil exportar. É preciso definir uma política emergencial de crédito para o setor avícola”, defende Pedro Henrique Oliveira, executivo da Unifrango Agroindustrial, holding paranaense do setor.

O grupo reúne 19 empresas avícolas do Paraná, respondendo pela produção diária de cerca de 2.200.000 pintainhos e pelo abate de 1.800.000 aves por dia, sendo o terceiro maior grupo do setor avícola do país. Segundo Oliveira, é importante a criação desse mecanismo antes que os prejuízos cheguem a essa importante área do agronegócio brasileiro.

De acordo com o executivo da Unifrango Agroindustrial, a ação do importador é forçar uma renegociação dos contratos estabelecidos no inicio do 2º semestre e fechados com nível de câmbio mais baixo, a conseqüência é uma desaceleração na velocidade do fechamento de novos negócios. “Essa renegociação é complicada, mas possível e precisa acontecer rapidamente para oferecer ambiente para retomada das vendas. Sem as linhas de crédito as empresas estão fragilizadas para enfrentar essa pressão. É preciso que o governo haja rapidamente para que a avicultura minimize os reflexos da crise internacional”, afirma.

 

Drawback

A criação de mecanismos voltados a apoiar a exportação é mais uma reivindicação da avicultura para ganhar competitividade. Desde o mês de outubro, o setor vem defendendo a inclusão da atividade no chamado drawback verde-amarelo regime que permitirá que as empresas recebam isenção tributária também na compra de insumos nacionais, equiparando-se com a isenção já existente na compra de insumos importados. Com isso, os exportadores terão a suspensão de tributos federais como Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) na compra de insumo brasileiro. No entanto, essa medida não contempla a compra de insumos agrícolas, o que faz com que o setor avícola nacional se mobilize para conseguir rever a questão e conseguir se inserir nesse novo plano de benefícios para o setor.

Em virtude disso, a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF) está argumentado junto ao Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O setor luta por uma nova portaria, lei ou decreto que permita esse benefício também aos insumos agrícolas