Produtores de algodão reclamam da atuação agressiva da indústria de carne suína por usar o acordo Brasil-EUA para pressionar o governo americano a liberar a importação da carne produzida em Santa Catarina.
Ajuste – O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha, solicitou ao Itamaraty um “ajuste” para manter a fibra como “foco principal” nas negociações bilaterais. “Não pode puxar o assunto para suínos, não pode ter pressão exagerada”, diz. “O governo tem cumprido sua parte e tudo está caminhando dentro do acordado com os americanos”, diz ele.
Acordo – O presidente da associação da indústria de carne suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, afirma que os EUA precisam cumprir o acordo para liberar a carne catarinense. Os americanos prometeram emitir o certificado sanitário em setembro. Depois, adiaram para 20 de outubro, mas não cumpriram. Agora, o novo prazo definido é 30 de novembro.
Reforma – “Essa pressão só pode ajudar o algodão porque influencia o debate sobre a reforma dos subsídios americanos de 2012”, afirma. “O caso do suíno acaba agora, em novembro. Estamos brigando porque foi um acordo firmado e os americanos têm que cumprir”. A Abrapa informa que “estão em dia” os repasses do governo dos EUA ao fundo compensatório por subsídios ilegais. Desde junho, foram depositados US$ 71 milhões no fundo.